Fusões e Aquisições no setor automotivo

Nos últimos 3 anos tivemos grandes fusões e aquisições no setor automotivo. Qual o impacto disso para nós, tupiniquins?

Raphael Galante

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

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Relembrando um pouco da história recente do setor automotivo, tivemos algumas “fusões” (jeito carinhoso para se referir a INCORPORAÇÃO), que mudaram um pouco a dinâmica do mercado automotivo. Tivemos a criação da FCA (Fiat/Chrysler); a Mitsubishi indo parar nas mãos do pessoal da Renault/Nissan e, recentemente, a Opel foi para a família Peugeot.

No caso da Chrysler, ela era aquela marca que estava rodando de mão em mão para tentar sobreviver (antes da FCA teve a fusão Daimler-Chrysler). O lado mais interessante aqui foi que: o que o alemão não conseguiu dar jeito, o italiano conseguiu. ROLOU UM PARADOXO ABSURDO!

Já a Opel fez com que a PSA se consolidasse mais ainda como a marca número 1 da Europa.

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E qual impacto disso para nós, tupiniquins?

Bem, vou usar o exemplo da FCA aqui no Brasil.

Antiga líder de mercado por muitos anos, a Fiat entrou numa “draga” descomunal no mercado brasileiro. O faturamento médio mensal da marca no período de 2009 até 2014 era algo próximo a R$ 2,31 bilhões. Já em 2015 o faturamento caiu para R$ 1,51 bilhão; depois para R$ 1,23 bilhão em 2016 e para R$ 1,14 bilhão em 2017.

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O faturamento da Fiat caiu em mais de 50%.

A salvação da lavoura para o grupo aqui no Brasil foi a marca JEEP. Com o sucesso do Renegade e depois do Compass, o grupo conseguiu diminuir o tombo de mais de 50% para “módicos” 21%, como a tabela abaixo nos mostra:

 

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MÉDIA MENSAL FIAT JEEP FCA
2009 R$ 2.050.902.657 R$ 0 R$ 2.050.902.657
2010 R$ 2.283.338.422 R$ 0 R$ 2.283.338.422
2011 R$ 2.397.832.993 R$ 0 R$ 2.397.832.993
2012 R$ 2.507.563.007 R$ 0 R$ 2.507.563.007
2013 R$ 2.334.402.470 R$ 0 R$ 2.334.402.470
2014 R$ 2.277.092.527 R$ 0 R$ 2.277.092.527
2015 R$ 1.506.476.476 R$ 298.737.069 R$ 1.805.213.545
2016 R$ 1.231.730.979 R$ 423.736.778 R$ 1.655.467.756
2017 R$ 1.136.783.279 R$ 681.570.722 R$ 1.818.354.000

 

DISTR. FAT. FIAT JEEP
2009 100% 0%
2010 100% 0%
2011 100% 0%
2012 100% 0%
2013 100% 0%
2014 100% 0%
2015 83,45% 16,55%
2016 74,40% 25,60%
2017 62,52% 37,48%

Hoje, para o grupo FCA, a Jeep representa  mais de 1/3 do resultado da marca. Em volume de vendas, a Jeep representa menos de 25%. Ou seja:  dá menos trabalho que a Fiat, e  traz mais dinheiro!

 

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MÉDIA MENSAL FIAT JEEP FCA
2009 61.165 0 61.165
2010 63.329 0 63.329
2011 62.761 0 62.761
2012 69.860 0 69.860
2013 63.904 0 63.904
2014 58.165 0 58.165
2015 36.587 3.482 40.069
2016 25.421 4.921 30.342
2017 22.814 6.820 29.634
DISTR. VENDAS FIAT JEEP
2009 100% 0%
2010 100% 0%
2011 100% 0%
2012 100% 0%
2013 100% 0%
2014 100% 0%
2015 91,31% 8,69%
2016 83,78% 16,22%
2017 76,99% 23,01%

 

Aqui em terras brasilis, a nova galinha dos ovos de ouro para o pessoal da FCA passou a ser a Jeep. Já a Fiat está virando o “patinho feio” da nossa história. A Fiat que vendia quase 70 mil carros/mês, está agora com média de 22 mil. Ela perdeu um volume de 48 mil carros mês! Esse foi o tombo da Fiat.

 

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Raphael Galante

Economista, atua no setor automotivo há mais de 20 anos e é sócio da Oikonomia Consultoria Automotiva