Com alta no preço da gasolina, vendas de carros híbridos disparam no Brasil

É como diz aquele velho ditado: se o governo decide chumbar uma porta, vem sempre o mercado para abrir uma fresta na janela

Raphael Galante

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Caro leitor, digníssima leitora: vivemos um ano cheio de grandes acontecimentos e fortes emoções! Uma delas foi a corrida espacial travada entre Bezos e Branson. Basicamente, o objetivo dos dois é “popularizar” viagens para a estratosfera.

Mas aqui é BraZil! E a gente não poderia ficar de fora!

E o que fizemos? Antes de mandarmos pessoas a passeio para o espaço, decidimos fazer o nosso beta e mandamos primeiro os preços dos combustíveis para lá!

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É, amiguinhos… o burburinho da semana gira em torno do preço da gasolina, que chegou a bater o valor de R$ 7 por litro em algumas localidades.

O estagiário aqui já vem sofrendo, pois as bikes do Itaú estão cada vez mais disputadas!

E tem sempre aquele velho ditado: se o governo decide chumbar uma porta, vem sempre o mercado para abrir uma fresta na janela.

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Não vamos nem entrar no mérito da quantidade de impostos que os combustíveis possuem, ou do monopólio no setor, ou qualquer outra coisa como Petrolão e afins…

O foco central aqui será mostrar a fresta que o mercado está abrindo!

Vamos lá:

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As vendas de automóveis registraram crescimento de 26,2% de janeiro a julho. Mas, quando fazemos a quebra desse número, vemos algumas coisas interessantes. Analisando o crescimento nas vendas por tipo de combustível, temos:

Veículos movidos a gasolina/álcool registraram crescimento de 23,8%. Já com os veículos movidos a diesel foi uma outra história: evolução de 40,2%. E, para a felicidade geral de todos, os carros elétricos/híbridos estão com 90% de crescimento!

Galerinha… as vendas de carros híbridos estão quase dobrando de tamanho!

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Tá bom? Tem mais!

Com os dados de vendas do mês de agosto (até o dia 25), a participação dos carros elétricos/híbridos alcançou a marca de 2,42%! Gente… “nunca antes na história desse país” se vendeu tanto veículo com esse tipo de combustível!

Concordamos que a venda de carros elétricos/híbridos ainda está centralizada em duas marcas (Toyota e Volvo) – mas já é um começo!

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Quando uma Volvo, por exemplo, sinaliza (e há tempos) que não fará mais carros a combustão, isso já é um claro sinal da mudança dos tempos.

A mesma coisa a Toyota. Os japoneses da indústria automobilística são um tanto quanto “conservadores”, ou demoram um pouco para admitir (ou fazer) mudanças – basta ver quanto tempo demoraram para lançarem um SUV “mais acessível” (o Corolla Cross). Mas, quando a Toyota faz as suas “toyotices”, sai de baixo!

Para o pessoal que gosta muito de usar o termo, o mercado de carros elétricos/híbridos está começando a ficar “exponencial” aqui no Brasil. Basta ver a curva de vendas deste nicho de produtos:

E já estão começando a contaminar outros segmentos. A VW já começou com os seus caminhões leves (urbanos) e nesta quarta (25), a Mercedes anunciou a produção de ônibus (urbanos) elétricos, com início de circulação já para o ano que vem.

O lado positivo de tudo isso é que, quando o governo vem com o seu dedo podre (ou seja, mexer onde não deveria mexe), o mercado sempre aproveita o momento para se reerguer e se reconstruir!

Sabemos que o custo da energia elétrica também está indo para a estratosfera. Mas, novamente, o mercado vem se mexendo para isso. Hoje, o Brasil é o nono maior produtor de energia solar e o terceiro maior produtor de energia eólica.

Parece que – mesmo com a letargia habitual de se trabalhar no BraZil – os veículos elétricos/híbridos estão vindo com força! Se essa movimentação vem ocorrendo mesmo com o dedo podre do governo, imagine se ele decidisse ajudar…

E aí, o que achou? Dúvidas, me manda um e-mail aqui.

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Raphael Galante

Economista, atua no setor automotivo há mais de 20 anos e é sócio da Oikonomia Consultoria Automotiva