Saiba quanto renderam as principais categorias de fundos multimercado

Com quase 7 mil opções de fundos a ANBIMA separou os fundos multimercado em 10 categorias diferentes. Você sabe o que cada uma representa? Saiba mais sobre essas categorias e quanto vem rendendo em média esses tipos de fundos.

Felipe Medeiros

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

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Flexíveis, com um risco intermediário entre as opções de renda fixa e ações, os fundos multimercado são uma das alternativas favoritas do investidor de varejo. Dependentes de uma gestão mais ativa e bem estruturada, essa categoria de fundos apresenta resultados absolutamente descorrelacionados entre si, onde é a habilidade do gestor é a que garante o sucesso da aplicação acima inclusive das oscilações de mercado.

Nesse sentido, com o objetivo de padronizar determinados tipo de gestão e simplificar a escolha dos investidores, a ANBIMA ainda divide essa categoria em mais 10 categorias próprias. Mesmo assim, ainda é muito confuso escolher diante de tantas alternativas e por isso no artigo de hoje explicarei brevemente as operações de cada uma das 7 categorias mais procuradas, além de apresentar a rentabilidade média dos últimos 3 anos para cada uma e suas variações ano a ano.

Confira abaixo como vem rendendo cada um dos principais tipos de fundos multimercado na média dos últimos 12 meses e ano a ano desde 2010:

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*Até setembro.

Principais categorias multimercado – Classificação ANBIMA


Long and Short Neutro

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A estratégia de Long and Short consiste na montagem de posições compradas e vendidas em ativos de renda variável, isto é, apostando simultaneamente na alta e na baixa de um determinado mercado. Dessa forma é possível anular a exposição (ou parte dela) ao risco de um mercado específico.

No caso dos fundos Long and Short Neutro, a posição comprada deve ser exatamente a mesma vendida, tornando assim as operações do fundo no que chamamos de“Market Neutral”, ou seja, independentemente de a bolsa sofrer uma forte valorização ou desvalorização em um dado período, os resultados não serão afetados, uma vez que o fundo terá seu capital protegido por 50% de seu patrimônio na ponta inversa. Além disso, se houver sobra de caixa no fundo, essa quantia só poderá ser aplicada em fundos Referenciado DI (de baixíssimo risco).

Seus ganhos são provenientes de distúrbios estatísticos ou fundamentalistas encontrados na cotação dos preços de um determinado par de ativos que possua uma correlação histórica.

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Desempenho dos fundos Long and Short Neutro:


Long and Short Direcional

Essa categoria realiza operações semelhantes às anteriores, entretanto com um viés que pode ser de alta ou baixa, de acordo com a visão do gestor. Assim, se o gestor do fundo acreditar em um cenário mais otimista para o futuro, poderá manter, por exemplo, 70% da posição comprada contra 30% vendida. O inverso vale para períodos de maior pessimismo.

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DICA: Alguns fundos como o Claritas Long Short FIC FIM e o Opportunity Equity Hedge FIM podem optar por manter um viés altista com o compromisso de manter sempre um mínimo de 67% comprado em ações. Isso permite que esses fundos recebem o mesmo tratamento tributário dos fundos de ações, que possuem isenção de come-cotas, IOF e imposto de renda máximo de 15% independente do período aplicado.

Desempenho dos fundos Long and Short Direcional:


Macro

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Uma das categorias mais flexíveis, os fundos Macro podem aplicar seu capital em renda fixa, variável, câmbio, commodities e quaisquer outros ativos financeiros que de acordo com a visão do gestor para o cenário macroeconômico de médio e longo prazo sejam bons negócios.

Como esses fundos dependem altamente da percepção dos gestores e analistas a respeito do futuro da macroeconomia e investimentos, costumam ser bastante voláteis na maioria dos casos. Prova disso é a variação dos resultados dos últimos anos comparado com outras categorias acima. Por conta disso, o risco inerente à essa categoria geralmente é mais elevado, uma vez que o investidor fica à mercê dos “feelings” do gestor.

Desempenho dos fundos Macro:


Multiestratégia

Ainda mais flexíveis que os fundo Macro, os Multiestratégia como já diz o nome podem adotar mais de uma estratégia de investimento, ou então alternar entre diferentes estratégias durante períodos distintos.

Não por menos, esses fundos são os mais comuns dentre os multimercado com participação de cerca de R$ 300 bilhões e quase 4 mil fundos (mais de 60% do total) diferentes. A flexibilidade é muito boa para que o gestor possa ajustar as estratégias do fundo para diferentes períodos e cenários econômicos, porém da mesma maneira que os fundo Macro essa vantagem pode representar também um risco mais elevado.

Desempenho dos fundos Multiestratégia:


Multigestor

Normalmente uma boa alternativa para quem quer diversificar os investimentos, os Multigestor se dedicam exclusivamente em selecionar os fundos com os melhores resultados e os melhores gestores para então aplicar em suas cotas.

Por seu alto teor de diversificação, em geral tem um resultado pouco volátil e são indicados para investidores mais conservadores. Contudo é importante observar a sobretaxação nesses fundos, uma vez que pode haver a incidência de taxas como a de administração e performance na origem e no destino dos recursos.

Desempenho dos fundos Multigestor:


Juros e Moedas

Os fundos de Juros e Moedas são proibidos de aplicar seu capital em mercados de renda variável como ações. Mesmo assim, podem apresentar elevada volatilidade por ser possível direcionar e alavancar seu capital em alternativas que apresentam fortes oscilações como no mercado cambial.

É a melhor alternativa para quem busca exposição aos riscos de oscilações nos juros, moedas e preços.

Desempenho dos fundos de Juros e Moedas:


Estratégia Específica

Quem se atentou ao gráfico de rentabilidade anual do início do texto já notou que o risco desses fundos é consideravelmente mais elevado que os demais. Isso se dá, pois esses fundos são obrigados a destinar seus recursos para um único risco previamente definido, como o câmbio, commodities e assim por diante.

Assim, a não-diversificação da categoria pode prejudicar o investidor em casos nos quais haja um evento que abale um tipo de risco específico como ocorreu com o câmbio mais recentemente. Nesses casos, quem estiver na posição contrária à do mercado pode ter que assumir pesadas perdas financeiras.

Desempenho dos fundos de Estratégia Específica:


É evidente que em uma indústria de quase 7 mil fundos (falando apenas dos multimercado), cada um possua uma característica exclusiva e diferente. Médias são velhas conhecidas por esconder casos exceções e não revelar a realidade presente em todos os agentes, mas com certeza já é um bom começo.

A amplitude das alternativas de investimentos, categorias e níveis de risco muitas vezes mais ofusca do que esclarece a visão do investidor. Nesse sentido, o aspecto positivo da compreensão da indústria vista por fora e como um todo, é o de ajudar esses investidores a direcionar melhor seu dinheiro de acordo com seus objetivos e expectativas.