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Realizar uma alocação de ativos adequada é essencial para o sucesso dos investimentos de longo prazo. Apesar de ser um conceito fundamental no trabalho dos consultores de investimento e private bankers, esse assunto ainda é pouco discutido no Brasil e que muitas vezes é feito de maneira incorreta pelo investidor que monta sua própria carteira. Nesse sentido, Jason Van Bergen da Investopedia resumiu de forma bem clara algumas estratégias de alocação que achei interessante trazer para o leitor da Infomoney.
Como sempre digo, a composição de uma carteira por si só deve sempre ir de encontro com uma série de variáveis pessoais do investidor, como idade, objetivos, expectativa de retorno, tolerância ao risco, entre outros. A novidade aqui é que além disso, essas variáveis também podem definir diferentes estratégias de alocação dessa carteira ao longo do tempo dos investimentos. Veja cada um dos 6 tipos a seguir:
Alocação Estratégica de Ativos
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Esse é o modelo mais simples e comum de alocação de ativos e funciona através de uma composição de carteira estática no longo prazo de acordo com uma expectativa de retorno. Assim, supondo que o investidor conte com uma rentabilidade histórica de 20% ao ano para o mercado de ações e 10% ao ano para o mercado de títulos de renda fixa, ele poderia montar sua carteira com 50% em cada um desses ativos para atingir uma rentabilidade média de 15% ao ano no longo prazo.
Como esse é um modelo estático, mesmo que em uma eventual desvalorização as ações percam participação na carteira no curto prazo, não haverá uma realocação no portfólio nessa estratégia.
Alocação de Ativos de Ponderação Constante
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Praticamente um complemento da estratégia anterior que considera uma alocação semelhante ao buy-and-hold, esse modelo exige um manejo mais ativo ao passo que o investidor deverá rebalancear periodicamente sua carteira de acordo com a valorização ou desvalorização de seus ativos, mantendo sempre a composição inicialmente proposta.
Não há nenhuma regra específica para a periodicidade ou o valores pré-definidos para a execução da realocação, entretanto a sugestão do autor é que não seja ultrapassada uma oscilação de mais de 5% entre a composição dos ativos da carteira.
Alocação Tática de Ativos
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Na alocação Tática, a abordagem é mais flexível que as anteriores e permite que estratégias de curto prazo componham parte da carteira de investimentos de longo prazo. Em outras palavras, mesmo que a longo prazo você já possua uma carteira bem definida, é possível alterar essa composição por um curto período de tempo caso o investidor observe uma oportunidade de obter bons e incomuns ganhos.
Esse tipo de alocação costuma ser um pouco mais arriscada e com o adicional de um timing correto para acertar nas operações de curto prazo é necessário um nível alto de experiência, além de muita disciplina para não cair na tentação de fugir do plano original.
Alocação Dinâmica de Ativos
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A estratégia de alocação mais ativa das 6 é a dinâmica, na qual o investidor deverá realocar seu capital constantemente de acordo com suas percepções perante ao futuro do mercado. Assim, se o investidor enxerga um futuro otimista para a bolsa, por exemplo, deverá aumentar sua exposição à esse tipo de ativo em sua carteira, caso contrário, deverá dar preferência para ativos de menor risco e até mesmo montar posições vendidas (apostando na queda) na bolsa.
Alocação de Ativos Segurada
Em uma alocação segurada, pressupõe-se que o investidor adote um limite máximo para perdas em sua carteira como forma de benchmark de seus investimentos. Uma vez que a carteira atingir esse limite, então será necessária uma realocação rigorosa na qual haverá predominantemente ativos livres de risco, como títulos públicos por exemplo.
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Dessa forma, essa estratégia é mais recomendada para investidores de perfil mais conservador que desejem ganhos mais atrativos que a renda fixa mas sem comprometer seu capital inicial, como no caso de aposentados.
Alocação Integrada de Ativos
Finalmente a estratégia de Alocação Integrada é a mais equilibrada dentre as 6, na qual não apenas o retorno esperado é levado em consideração como na maioria dos modelos acima, mas também igualmente o risco dos ativos da carteira de acordo com a tolerância do investidor. Assim, essa estratégia de alocação costuma ser mais ampla, desenvolvendo uma espécie de mix entre todos os modelos, desde que, é claro, as estratégias não se contraponham (como é o caso da dinâmica e a de ponderação constante).
Recentemente escrevi para o Melhores Fundos algumas dicas de como montar uma carteira diversificada de maneira adequada, que apesar de parecer algo simples costuma conter uma série de fatores muitas vezes desconsiderado pela maioria dos investidores. Contudo, como visto no texto de hoje existem também diferentes estratégias de como essa alocação poderá ser constituída e acompanhada ao longo do tempo.
Por isso, tanto a composição de uma carteira diversificada como a estratégia de alocação adotada ao longo do tempo são pontos fundamentais para o sucesso do investidor que encara suas aplicações como um patrimônio financeiro de longo prazo.