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No passado, as pistas de karts dominavam o interesse da garotada (e também de seus pais). As arenas de paintball também tiveram seu auge nos anos 1990 e 2000. Mais recentemente, o chamado “Escape game” teve seus dias de glória (e ainda vive parte deles), reunindo jogadores em busca de pistas para desvendar enigmas e vencer desafios.
Os anos passam e o foco muda de tempos em tempos, mas é certo que o brasileiro está sempre em busca de um novo tipo de diversão para chamar de seu.
Em grandes cidades como São Paulo, moradores endinheirados historicamente recorreram a clubes como Pinheiros, Paineiras, Harmonia, Hebraica e outros para desfrutar do lazer, um respiro em meio ao caos urbano. Esse desejo não mudou, mas é certo que esses espaços já estão cheios e também não dão mais conta de atender às novas demandas de experiências sociais, o que tem despertado o potencial de novos tipos de empreendimentos com foco no lazer.
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Essa demanda ficou ainda mais expressiva depois da pandemia, com mais famílias interessadas em ter uma segunda casa fora das grandes capitais ou mesmo de olho em atrações diferenciadas a poucos quilômetros de seus lares.
Para os amantes de surf, a JHSF (JHSF3) tem seu projeto São Paulo Surf Club, na região do Real Parque, enquanto a KSM Realty, a Realty Properties e o BTG Pactual (BPAC11) estão à frente do Beyond The Club, um clube contemporâneo localizado ao lado da ponte Transamérica.
Ainda na capital paulista, arenas como o Allianz Parque têm se superado na diversidade, na inovação e no tamanho dos eventos promovidos. Para as crianças, há uma proliferação de parques de trampolins e até o novo e esperado parque de diversões Animália Park, em Cotia.
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Para além da pandemia, existe outra razão que explica a demanda por novos espaços de entretenimento mais próximos das capitais: a financeira. Para ter uma casa nos badalados condomínios fora de São Paulo, a principal referência dessa tendência, é necessário desembolsar algumas dezenas de milhões de reais, o que restringe bastante a parcela relevante do público interessado.
Também é incerto o tempo necessário de deslocamento, considerando a infraestrutura de acesso às praias e aos campos, o que contribui para a decisão de ter grandes atrações de lazer onde se mora, prezando pela comodidade.
Nesse sentido, as oportunidades estão cada vez maiores para os investidores. Essa tendência do entretenimento tem ajudado a ressignificar regiões até então industriais, com seus antigos galpões dirigidos para novas finalidades, e até mesmo edifícios em regiões residenciais, que hoje estão podendo se transformar em clubes de gamers — como ocorreu na avenida Angélica, em São Paulo.
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A concessão à iniciativa privada de espaços públicos, como os parques Ibirapuera e Villa-Lobos, do Zoológico e do Jardim Botânico de São Paulo, também tem fomentado a expansão desses locais, que passam a ter novas fontes de entretenimento e negócios.
Os próprios condomínios de luxo, que estavam em baixa, têm conseguido promover uma reviravolta com esses investimentos. É o caso da Fazenda da Grama, em Itupeva, ao decidir investir em sua piscina de ondas, já impulsionada também pela demanda atípica gerada em meio à pandemia, o que possibilitou a multiplicação do valor do metro quadrado.
Há poucos players hoje capazes de realizar o desenvolvimento de bons projetos, que vão desde investimentos menores, como os parques de trampolim, até os maiores, como as piscinas de ondas. Por isso, é de se imaginar que, com esses empreendimentos se consolidando e tendo um histórico comprovado, eles poderão fazer parte de fundos imobiliários voltados justamente para explorar novas verticais, sejam ou de desenvolvimento ou com foco na geração de renda.
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Com isso, o acesso, hoje ainda restrito a grupos de investimentos tradicionalmente familiarizados com a área de lazer e entretenimento, tende a se expandir.
Empreendimentos com foco em entretenimento passam, de tempos em tempos, por novos ciclos. Investidores estão sempre atentos às novidades, o que exige que esse mercado passe continuamente por reciclagens de foco e aprimoramentos tecnológicos para manter o interesse das pessoas aquecido.
Tão importante quanto, os fundos imobiliários têm tido padrões de governança cada vez mais elevados, o que contribui para que essas iniciativas se perpetuem por um período maior de tempo. Basta ver os parques de diversão nos Estados Unidos para entender como uma gestão profissional faz a diferença a longo prazo.
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Tudo leva a crer que o mercado brasileiro tem um enorme potencial para seguir seus pares estrangeiros e abrir as portas para novos investidores desfrutarem dos retornos da grande indústria do entretenimento, sejam eles financeiros ou pessoais.