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Caros(as) leitores(as),
O mercado financeiro brasileiro possui algumas características que não são compartilhadas com demais “emergentes”. Plataformas de investimento digitais, fintechs, gestoras independentes, boutiques de M&A, entre outros modelos de negócio que são escassos nos “pares” do Brasil e, por aqui, são abundantes.
Durante o bullmarket, tivemos uma expansão relevante do segmento financeiro, que ganhou ainda mais corpo durante o período de juros baixos. O crescimento de casas como a XP pavimentou o caminho para que traders, gestores(as), tesoureiros(as) pudessem viver o sonho do empreendedorismo em novos fundos.
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Porém, o cenário mudou: agora temos um ambiente de juros mais altos, mais especificamente, juros reais elevados. Para contribuir, a indústria não apresentou bons resultados de maneira geral, nos fundos de ações e multimercados.
Alternativas de investimentos isentos de imposto, dentro do ambiente de crédito privado e infraestrutura, captaram recursos com relevância. O que contribui para um ambiente ainda mais desafiador, além da dificuldade macroeconômica que o investidor local sofre. Ou seja, quem não tinha estratégia de crédito ou infraestrutura, viu seu patrimônio líquido sob gestão reduzir, em muitos casos, de forma notória. Alguns deles tiveram reduções em seus times, grade de produtos, ou até mesmo foram absorvidos por qualquer outro agente que estivesse mais bem posicionado – nos casos mais ao extremo, “fecharam” suas portas e encerraram as operações.
Uma tempestade perfeita para colocar muitas dessas sociedades na “parede”. Nessa semana, tivemos anúncios de aquisições, como o caso da Clave que foi “absorvida” pelo BTG – a BlueLine, que era investida do “Itaú Rising Stars”, encerrou suas atividades.
A verdade é que os muitos fundos abaixo da linha d’água – que vão levar muito tempo para voltar a cobrar taxa de performance, com resultados ruins de curto prazo e com patrimônio reduzido – estão na mira dessas sinergias. É isso que devemos observar daqui em diante.
Serão mais e mais nomes que devem desaparecer. Por um lado, é ruim e muito triste; por outro, os ciclos de mercado são fundamentais para correção de exageros e tornar o que já existe e, de forma ou de outra, sobreviver, ainda melhor e mais acurado.