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Caros(as) leitores(as),
Eu realmente acredito que o “Senhor Mercado” precisa de um psicólogo. Mesmo que eu ceda esse espaço para ele muitas vezes, definitivamente acredito nisso.
Nesta semana, tivemos dois momentos importantes para entender o futuro das taxas de juros ao redor do mundo: o FOMC, comitê de política monetária do Banco Central americano, e o “payroll”, relatório de empregos de lá.
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Na quarta-feira (31), o FOMC disse que existiam riscos para os dois lados – ou seja, tanto para alta quanto para queda de juros –, mas o mercado pouco reagiu ao discurso. Na sexta, com os dados de emprego nas mãos, a enxurrada veio.
Os EUA criaram 114 mil postos de trabalho em julho, contra um consenso do mercado de 175 mil (61 mil postos a menos). Além disso, o dado de 206 mil de junho foi revisado para baixo, para 179 mil.
A queda foi tão relevante que, para muitos agentes do mercado, o risco de uma recessão mais severa (“hard landing“) aumentou consideravelmente. Isso provocou um movimento de “risk off” (fuga de risco) no mercado, e as bolsas ao redor do mundo despencaram, inclusive nos EUA.
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De modo geral, o relatório de emprego reforçou a leitura de que o ciclo de corte de juros nos EUA começará em setembro e se estenderá por 2025. Esse momento era, até então, muito aguardado pelo mercado. Quando chegou, virou motivo de temor.
O “Sr. Mercado” sofre de bipolaridade, as vezes. Por esses e outros motivos é tão difícil lidar com o curto prazo.
Enquanto ele não começa a terapia, o que devemos fazer ou concluir sobre esses últimos números?
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O Fed deve começar o ciclo de cortes em setembro, provavelmente com um corte de 50 pontos base, e o mercado já precificou dois cortes da mesma magnitude nas reuniões seguintes.
Se isso de fato acontecer, os juros no Brasil estarão mais restritivos, mesmo que permaneçam inalterados. O que seria bom para mitigar o risco de uma alta na Selic, pois essa probabilidade aumentou razoavelmente nas últimas semanas.
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Aproveitando os juros menores, a busca por ativos “esquecidos”, em detrimento da venda dos ativos mais “hypados” (como empresas de tecnologia, por exemplo), que estão com valuations mais esticados, começou. O que pode beneficiar emergentes como o Brasil.
Inclusive, vimos o ingresso de dinheiro estrangeiros na nossa bolsa nos últimos dias – e isso pode se tornar uma tendência daqui em diante, caso não tenhamos o pior cenário, de pouso “forçado” da economia americana (o tal do “hard landing“).
Enquanto isso, recomendo a boa e velha mágica da diversificação, sem movimentos bruscos – e, se possível, prover uma ajuda médica ao Sr. Mercado.