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Caros(as) leitores(as),
O ano de 2024 está próximo do fim, dezembro com certeza possui mais de 31 dias, mas entramos naquela época linda em que músicas da Mariah Carey e Frank Sinatra retornam as paradas globais. Dito isso, embora o mês seja interminável, ele não é tão ruim assim, confesso que aprecio esse clima festivo.
Não poderia deixar de ressaltar a maratona que é proposta para o fígado, todos os dias desse mês possuem confraternizações de fim de ano e os bares ficam todos lotados. Uma forma justa de se despedir de um ano como esse.
Mais uma vez, a estrela do show deste ano foi a volatilidade, começamos o ano com a taxa Selic terminal esperada pelo mercado em 9%, terminamos com ela por alcançar mais de 17% antes de falas “acolhedoras” de Gabriel Galípolo. Eu definitivamente não estou surpreso, para ser sincero, não me recordo o último momento tranquilo desde 2020.
Porém, para essa coluna, a ideia não é desmembrar os mistérios do mercado, discutir cenário e possibilidades, muito menos ativos financeiros. Gostaria de fazer algo diferente: ter uma conversa mais “pessoal” com vocês.
Nem nos meus sonhos mais distantes e impossíveis imaginei as realizações até aqui. Comecei a trabalhar muito jovem, em trabalhos “informais”: vendedor de pipa numa loja do bairro Jardim Maristela em São Paulo, depois em loja de bicicleta, e o que mais tinha a disposição na época.
Tentei empreender, quebrei. Trabalhei um ano e meio na empresa júnior da minha universidade, foi a minha pior fase financeira, mas uma das mais importantes em desenvolvimento como pessoa – valeu cada centavo de sofrimento.
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Quando ingressei no mercado financeiro, após receber um “não” de todos os bancos estrangeiros com a justificativa de que “estagiário não precisa dessa habilidade de comunicação para nada”, não tinha grandes perspectivas. Sempre sonhava alto, mas sem figurar em nenhuma posição, e se me perguntasse na época, eu te diria que faria carreira na área comercial até tentar ser um diretor.
Assumir a ignorância sobre o futuro foi o voto de humildade mais relevante que dei na minha vida, que teve diversas consequências em outras áreas. Ao invés de focar em grandes planos, sempre olhei com mais carinho para o “hoje”: minhas faltas, pontos a melhorar, fraquezas, sempre com a barra lá em cima em termos de cobrança.
Foi isso que me preparou para o desconhecido, entre oportunidades e desafios. Mesmo sem o tal preparo, sempre encarei com coragem e “tomei o risco”.
Foi assim que fui parar no time de research da XP, onde fiz um pouco de tudo e me consolidou nessa posição de generalista, que acredito muito, especialmente no mercado. A honra de participar do Stock Pickers desde o seu primeiro ano de vida, até assumir o canal junto ao time há quase 3 anos atrás.
Mais recente, no Banco de Atacado da XP, onde assumi uma responsabilidade incrível no “canal assets”, como “banqueiro das gestoras” e viver ainda mais no detalhe as entrelinhas da indústria. Além disso, ajudar os clientes institucionais, fundações e seguradoras, a alocar seus recursos – eles são o maior “bolso” do mercado – ou seja, muito aprendizado, nunca estive tão bem-informado, e todo esse ecossistema se retroalimenta, seja na coluna, Stock Pickers e com os clientes no banco.
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Descobri cedo que humildade não é uma característica, é um exercício, um hábito. Você precisa exercitar todos os dias, com muito foco.
Ser obstinado, resiliente e perseguir consistência, é muito mais relevante que talento. Dado que, na boa? Quem sabe do dia de amanhã?
Acredito que até aqui, meu maior mérito sempre foi nunca deixar de acreditar. Podemos estar errados, mas 2025 está com cara de mais um ano difícil, especialmente para o Brasil.
Existiram tempos difíceis no passado, terão mais no futuro. Nós não controlamos o barco, muito menos o mar, podemos focar em nós como marinheiros(as).
Talvez esse seja o real “círculo de competência” que o Buffett tanto dizia. Obrigado pela parceria no ano de 2024, sem vocês, parte desse “inimaginável” não seria possível – que 2025 seja, o que deveria ser e que nossos encontros nos ajudem a refletir, atravessar todas as marés.