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Caros(as) leitores(as),
O Brasil definitivamente não é para amadores, talvez você já tenha escutado ou lido isso em algum lugar. A história de que fazemos um “piquenique” num vulcão, mas não caímos realmente é verdade.
Dessa vez, nós não perdemos a oportunidade de perder uma oportunidade. Os ventos macroeconômicos globais, teoricamente, são favoráveis ao posicionamento do nosso país.
Porém, a dinâmica do modelo econômico brasileiro de acelerar no fiscal e “pisar no freio” na política monetária parece nos fadar à inércia mesmo com empurrões “macro” vindos de fora. Para tentar endereçar este tema, o governo articula nesse momento um pacote fiscal que deve ser próximo dos R$ 15 bilhões.
O mercado, por sua vez, não está comprado na ideia. Para os agentes financeiros, estamos diante de algo paliativo para garantir uma reserva de gastos para 2026, período eleitoral, que deve ser marcado por expansão fiscal, como acontece com qualquer governo no planeta.
Demais medidas que a equipe do presidente Lula tem articulado, de forma geral, jogam contra o endividamento público brasileiro. Eu mesmo escutei em diversas mesas com gestores que estamos “destruindo” todos os avanços feitos no período curto reformista brasileiro.
A resultante disso? Os fundos multimercados, aqueles que possuem maior liberdade em suas operações e representam boa parte dos recursos sob gestão do país, se posicionam de forma vendida no Brasil, ou seja, apostam na deterioração dos ativos locais.
Bolsa, real, ambos para baixo. No mercado de juros, essa visão é expressa para juros maiores, o que chamamos de “tomados”, e é assim que os gestores estão nesse momento.
A sensação que tenho é que, sem ter o que fazer, e muito menos por “birra” do mercado, vamos “bater no muro”, ou pelo menos estamos caminhando nesta direção. Ou seja, parece que dólar vai subir, os juros vão abrir, os títulos públicos atrelados a inflação vão pagar juros cada vez maiores.
Não há nada no cenário até aqui que indique o contrário. Para o governo, o maior incômodo sempre será o câmbio, é lá que pode promover mudanças ou medidas.
Até aqui, ao que tudo indica, pela crença do mercado, vamos tentar sobreviver até 2026. Dito isso, é justamente nesses momentos que aparecem grandes oportunidades nos ativos, os preços de muitos já são irracionais, e talvez, em breve, teremos uma janela de compra que não aparece tantas vezes na história.