A grande bifurcação: compre os ‘vencedores’ de juros altos e venda os ‘perdedores’

Repensar a conjuntura e a temática pode explicar parte do que deve rolar esse ano

Lucas Collazo

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Caros(as) leitores(as),

O enredo do mercado mudou drasticamente nas últimas semanas, como já comentei em colunas passadas. A ideia de “juros altos por mais tempo” é cada vez mais aceita.

A expectativa de corte de juros, que antes era esperada com os olhos no relógio, hoje parece ser uma possibilidade irrisória. O Comitê de Política Monetária dos EUA (Fomc) deixou claro na última quarta-feira que o patamar da taxa basal da economia se manterá até que a inflação ceda.

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Dito isso, precisaremos fazer um exercício enquanto investidores(as): se os juros devem permanecer altos por mais tempo, como enxergar os ativos financeiros ao redor do mundo?

Bom, acho que uma conclusão óbvia seria investir naquilo que se beneficia desse ambiente e “vender” aquilo que sofre. Existe um “meio termo”, que são as dúvidas: ativos que podem sofrer, mas que também podem se adaptar as novas condições.

Claro, não estou tecendo um racional de longo prazo, seria mais conjuntural. Mas podemos afirmar que esse será o grande tema de 2024? Possivelmente.

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Mesmo para investidores de longo prazo, uma leitura conjuntural pode ajudar, especialmente pela responsividade dos preços. Você possui suas premissas de valor justo, não sabe ao certo quando serão atingidas, mas isso pode ocorrer mais rápido do que você espera.

Isso posto, o que será atrativo no fim das contas?

Você possivelmente já pensou na renda fixa e, não, você não está errado. Ativos de renda fixa pós fixados, atrelados a indicadores de inflação e até mesmo os prefixados são interessantes nessa janela.

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Além do mercado brasileiro, os bonds também estão atrativos, já que os juros estão em patamares elevados também nos EUA, inclusive com “gordura” sobre a inflação, ou seja, juros reais positivos. Interessante, principalmente quando ajustado pelo risco da economia americana que, embora seja pior do que foi num passado, ainda é um dos menores do mundo.

Os benefícios para essa classe talvez sejam mais conhecidos. Mas também existem oportunidades na Bolsa. Muitas empresas são mais rentáveis com juros mais elevados, como é o caso dos bancos brasileiros, por exemplo.

Negócios mais alavancados, dependentes de crédito mais barato, devem sofrer e você deveria ficar longe. Porém, hoje eu não trago respostas, apenas provocações.

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Os grandes investidores do mundo estão com essa visão. Em busca desses vencedores dos juros altos, apostam contra os perdedores. Eles realizam gestão de recursos de terceiros, que somados, formam um montante de capital gigantesco e, sem sombra de dúvidas, ditam tendências de preços.

Repensar a conjuntura e a temática pode explicar parte do que deve rolar esse ano. Pense nisso!

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Lucas Collazo

Host e conselheiro no fundo do Stock Pickers | Especialista em alocação e fundos de investimento no InfoMoney