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Nunca antes na breve história da redemocratização brasileira, um candidato terminou o 1º turno na frente e perdeu no 2º turno.
E mais impressionante é observar que não só o líder do 1º turno venceu em todas as situações como ele sofre pouco ao longo do 2º turno.
No gráfico abaixo, vê-se que nas últimas quatro eleições, salvo por uma semana no governo Dilma x Aécio em 2014, o líder do primeiro turno não só vence como sofre pouco risco ao longo das pesquisas e nas urnas ao final da segunda fase da campanha.
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Claro que política não é ciência exata e a eleição de 2018 está cheio de pegadinha para os convictos.
Mas, alguns fatores nos levam a atribuir ao Bolsonaro uma probabilidade de 90% de chance de vitória:
(i) A surpreendente votação do candidato: as pesquisas apontavam 41% de votos válidos e o candidato teve 5 p.p. a mais.
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(ii) A votação estrondosa do partido do presidente para a Câmara, PSL, com 52 deputados, muito acima de qualquer estimativa otimista, o que sugere uma forte disposição do eleitorado a favor do Bolsonaro.
(iii) A maior proporção de votos direcionados a candidatos ligados à centro-direita que, teoricamente, agora seriam depositados majoritariamente para Bolsonaro.
(iv) O sistema político está dando os sinais de apoio – mais da metade dos candidatos a governador que disputarão o 2º turno estão apoiando Bolsonaro – naturalmente eles estão escutando as vozes das ruas e farejando a aliança com o poder.
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Com essa intuição em mãos, coletamos os votos em todos os Estados de cada candidato. Distribuímos esses votos ideológicos seguindo padrão regional do 1º turno, resultando em 57% de votos válidos para Bolsonaro e 43% para Fernando Haddad.
Por isso, o rio leva ao mar. Não estamos encontrando argumentos concretos para Haddad virar esse jogo. A história joga contra, a classe política joga contra e a matemática joga contra. Pode acontecer? Claro. Como falei, política não é ciência exata. Mas nos parece altamente improvável.
*Ivo Chermont é sócio e economista-chefe da Quantitas Asset
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As opiniões do autor refletem uma visão pessoal e não necessariamente da Instituição Quantitas Asset