Quem vai desafiar Trump nas eleições de 2020?

Embora as eleições só ocorram daqui a 11 meses, o pontapé inicial não tardará nem um mês

Ivo Chermont

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

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Antes de começar o artigo propriamente dito, pretendo trazer ao longo desse ano neste espaço, artigos sobre as eleições americanas. Tem muita informação interessante e importante para os mercados. Apesar das eleições acontecerem apenas em novembro, esta de 2020 será especialmente importante, com fatos que podem mudar o humor dos investidores já em fevereiro. Por isso, caso você tenha interesse no tema, por favor, nos acompanhe aqui e compartilhe caso você goste.

Parece que foi ontem que Donald Trump surpreendeu o mundo e venceu Hillary Clinton nas eleições presidenciais de 2016. Chegou o momento do recall. Os americanos vão assinar outro cheque em branco para o mais imprevisível presidente que os Estados Unidos já tiveram?

Vamos dar um passo atrás antes de tentarmos responder essa pergunta. Quem será o adversário democrata do incumbente republicano? O moderado Joe Biden, ex-vice de Obama, a revolucionária Elizabeth Warren, o radical Bernie Sanders ou o novato e surpreendente Pete Buttigieg?

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De forma simplória, temos dois candidatos de centro (Biden e Buttigieg) e dois de esquerda (Warren e Sanders). Por isso, as primárias dos democratas serão um momento especialmente relevante para os movimentos de mercado nesse ano que se inicia. As primárias começam já no próximo 3 de fevereiro em Iowa.

Nas pesquisas nacionais, amplo favoritismo para Joe Biden. Na primeira disputa, em Iowa, Bernie Sanders torna-se o provável vencedor, com Pete Buttigieg correndo por fora.

Para colocar todos na mesma página, vamos fazer um parêntese sobre como funciona a indicação do candidato democrata. Em cada Estado acontecem as primárias entre os eleitores democratas locais para indicação do candidato democrata.

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Para simplificar (pois em alguns estados, as regras mudam um pouco), imagine que cada Estado possui um número de pontos (delegados), proporcional pelo tamanho populacional, na qual o vencedor coloca todos no bolso. Ou seja, se o candidato A ganha do B por 1 voto, ele leva todos os pontos para casa.

Assim, no dia 3 de fevereiro, Iowa realiza sua votação. No dia 11 de fevereiro, é a vez de New Hampshire e por ai vai até o dia 2 de junho. Algumas datas são especialmente importantes por terem muitos estados relevantes no mesmo dia, o que pode ocasionar de um candidato ganhar uma frente importante sobre seu concorrente.

A primeira dessas datas é 3 de março, que os americanos chamam de “Super Tuesday” por concentrar 36% de todos os pontos que estão em jogo. Estados como Texas e California decidirão a indicação nesse dia. O segundo grande dia é 17 de março, na “Critical Tuesday”, que conta com Illinois, Florida, dentre outros.

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Apesar de Iowa não ser um Estado especialmente relevante, com menos de 1% dos pontos em jogo, o mercado observa seu resultado, pois na história americana tivemos alguns casos de candidatos que pareciam sem chance e ganharam momentum depois de se sair bem em Iowa e New Hampshire. Obama foi um deles em 2008, quando Hillary era a favorita.

Por isso, para a ala à esquerda do partido, como Sanders e Warren, é um momento crucial. Iowa e New Hampshire tem uma população branca e na demografia do voto americano, sabe-se que os democratas brancos e mais ricos votam à esquerda.

Por isso, embora as eleições só ocorram daqui a 11 meses, o pontapé inicial não tardará nem um mês. No caso de algum oponente mais radical de Trump ser o indicado, os mercados viverão meses (entre a indicação, que deve ocorrer em junho, e novembro, quando ocorre a eleição propriamente dita) de forte incerteza. A boa notícia é que Joe Biden, mais central e moderado, segue firme em primeiro lugar.

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*Ivo Chermont é sócio e economista-chefe da Quantitas Asset

*As opiniões do autor refletem uma visão pessoal e não necessariamente da Instituição Quantitas Asset

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Ivo Chermont

Sócio e Economista-chefe da Quantitas Asset