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Eu sempre baseei minhas decisões de investimento em renda variável nos fundamentos que enxergava nas empresas e nos fatores macro e microeconômicos que poderiam afetá-las.
A procura por ações que estavam depreciadas em relação ao seu “preço justo” era o que me movia. Óbvio que as empresas que apresentavam esta oportunidade viviam condições complicadas, no meu entender, que as impediam de trilhar um caminho virtuoso.
Aí começava o trabalho de “ativismo”, que procurava criar condições para que o caminho virtuoso pudesse ser alcançado. O preço de entrada e o de saída eram consequência dessas condicionantes.
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A taxa de juros de uma economia tem muito a ver com o que chamo de “preço justo”. Isso porque o desconto dos lucros que a companhia vai gerar passa a ser feito por uma taxa bem menor, o que obviamente aumenta o valor presente desse “preço justo”.
Além disso, existe um segundo fator que é o fato de os lucros que esta companhia vai gerar certamente serão maiores, já que haverá uma economia dos juros a serem pagos pela parcela de endividamento.
Mesmo que esse endividamento hoje não exista, é razoável imaginar que a substituição de capital próprio (caro) por endividamento deve melhorar o retorno sobre o capital investido.
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Esse raciocínio deve ser o que vai nortear o futuro do mercado de renda variável no Brasil nos próximos anos. Companhias gerando mais lucros, e esses lucros sendo multiplicados por múltiplos maiores para definir o preço.
Desnecessário dizer que esta é a razão do meu otimismo com a Bolsa. Sei que alguns vão dizer que eu sempre fui otimista, a despeito de cenários ruins. É verdade, reconheço. Mas desta vez estou muito seguro de que meu otimismo é mais fundamentado.
A velocidade desse processo está relacionada ao ritmo com que o mercado acredite que os juros baixos vieram para durar muito tempo.
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A história econômica do país nos faz duvidar dessas “benesses” que caem do céu, mas desta vez parece que os astros estão conosco. O mundo vive uma onda de juros baixos (negativos em muitos casos), e nós não ficaremos de fora.
Como ressalva, e para não orientar erroneamente o leitor, reconheço que renda variável deve oferecer um “prêmio de risco” em relação aos juros.
Embora eu não seja muito fã dessa ideia, uma ação, por melhor que seja a companhia, tem que render mais do que um título público na visão da maioria absoluta dos investidores.
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Espero um crescimento substancial da Bolsa, tendo em vista que o país se acostumou com taxas colossais e fez toda sua modelagem com estas premissas.
Por último, saliento que, embora estas considerações valham para todo o universo de renda variável, vai ser mais verdade para alguns setores do que para outros.
Vai aparecer mais rapidamente em setores como comércio e construção civil, mas será mais demorado e intenso em setores intensivos de capital, como a infraestrutura.
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Oxalá eu esteja certo!