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O que você diria de uma empresa brasileira:
1) com mais de 40 anos de história;
2) líder nas Américas (Brasil , Argentina, Canadá e EUA),
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3) totalmente integrada e verticalizada nas operações de Varejo e Atacado,
4) com marcas fortes e conhecidas pelo seu público,
5) com uma melhora efetiva de 7(sete) trimestres consecutivos em seus indicadores de rentabilidade (Margem EBITDA e Margem Operacional) e que
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6) esteja negociando a 20% do seu valor patrimonial.
Interessou?
Estamos falando da Springs Global. Já ouviu falar? Alguns diriam: Claro a empresa de Ar condicionados. Errado. Essa é a Springer.
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A Springs Global é a empresa líder em produtos de cama mesa e banho (CAMEBA) com operações de atacado na America do Sul( Brasil e Argentina) e Norte(EUA e Canadá), e no varejo através de lojas das marcas Artex, MMartan, além da Santista distribuída pelos canais multimarcas(Lojas Americanas, Etna, Casas Pernambucanas etc).
Para quem não sabe, em 2005, com a fusão da então Coteminas e da Springs, surgiu a maior empresa de CAMEBA do mundo, responsável por 7% da produção mundial. Na época, da união criou-se uma gigante com US$2,4 bi de faturamento, US$1 bi de patrimônio líquido, e 25 mil funcionários espalhados por 34 fábricas.
O razão da fusão da empresa americana com a Coteminas foi a concorrência com os produtos asiáticos vendidos pelas grandes varejistas, como o Wall Mart, que acabou por inviabilizar a indústria têxtil americana.
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Daí a necessidade da união com a Coteminas que tinha o que existia de melhor em competência e capacidade industrial, com a possibilidade de financiamento de recursos no exterior a custos bem mais baixos que a concorrência.
Resumo da Ópera: A operação industrial seria concentrada no Brasil, inclusive com o envio das máquinas desativadas dos EUA, em função das vantagens competitivas, mantendo as portas abertas do mercado americano, aliada as oportunidades de captações competitivas em Dólar.
O que poderia dar errado?
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No momento em que as transferências das fábricas se iniciaram, o dólar começou a se desvalorizar, chegando a uma perda de 30%, além de todo o investimento para realizar esse processo.
Em pouco tempo, todo o ganho e sinergias foram se desfazendo, e a Coteminas que vinha entregando lucros consistentes ao longo da sua história, começou a apresentar grandes prejuízos.
De 2007 a 2011, a empresa precisou se reinventar, e readequar sua enorme capacidade de produção a nova realidade. Além disso, uma diminuição da demanda por conta da crise de 2008 e o aumento da oferta dos concorrentes da China, Vietnam e Índia impactaram nos preços de toda a indústria.
Ainda nesse período, com objetivo de proteger-se do movimento das grandes varejistas, comprou a rede de varejo MMArtan e começou a desenvolver as franquias da Artex.
Entre idas e vindas, a operação do varejo foi sendo adequada e hoje finalmente começa a ser rentável, representando 10% do faturamento total da empresa. A empresa deverá investir na abertura de novas lojas franqueadas no Brasil inteiro, fidelizando e garantindo o mercado para os produtos produzidos em suas fábricas.
Falando um pouco do parque fabril da Springs, podemos dizer que ela tem o “estado da arte” em termos de maquinário têxtil, com plantas totalmente automatizadas e com grandes níveis de eficiência e baixo custo.
Dessa forma, entendemos que a grande vantagem competitiva da Springs está no controle toda a cadeia de produção, desde a compra do algodão até a venda efetiva no varejo em suas lojas franqueadas.
Essa verticalização, traz ganhos e sinergias, sendo a única empresa brasileira com capacidade produtiva para atender a demanda desses produtos de primeira necessidade (toalhas, roupa de cama, toalhas de mesa e cortinas entre outros).
Em termos financeiros, ainda encontramos vestígios dos problemas enfrentados com a fusão. A sua dívida é alta (R$1,08bi), em função do seu custo (média de 120% do CDI) e pouco alongada, com prazos médios de até 3 anos. Ademais, a empresa espera atingir a relação dívida Líquida /EBITDA de 3X no fim deste ano, apesar de todos os desafios macroeconômicos.
Porém, na medida em que, um câmbio na faixa de R$3,20 a R$3,50 por dólar, e uma de queda de 3(três) pontos (11% a.a) na taxa de juros no médio prazo se concretizem, a empresa terá condições de voltar a velha forma, entregando resultados consistentes ao longo do ano de 2017 em diante.
Além disso, considerando, que a empresa está apresentado crescimentos consistentes no EBITDA e no Resultado operacional (+ 25% e +36% no 3 tri 2016) a 7(sete) trimestres consecutivos, associada a uma melhora no perfil de sua dívida, entendemos que não faz sentido essa empresa ser negociada a 20% do seu valor patrimonial.
Caso você queira comprar a maior empresa deste setor da Américas, menos de R$200 milhões bastariam. A única justificativa para isso é o total desconhecimento do mercado da sua existência, que se reflete na sua baixa liquidez (R$200 mil dia).
Portanto, diante dessas premissas e das oportunidades que se verificam, entendemos que a Springs Global possui um valor enorme pronto para ser descoberto pelos investidores.
Aqueles que procuram um negócio verticalizado, com baixo risco de moda, dono de mais de 50% do mercado, e com um projeto de expansão do varejo único no Brasil, a Springs é uma bela opção.
Assim encaramos essa small cap totalmente fora do radar como uma grande oportunidade para aqueles que tem uma perspectiva de médio e longo prazo, e que gostam de cases clássicos de turning point (virada).
Até a próxima!