Publicidade
Recentemente vi publicado (07/09/2016) na InfoMoney a seguinte notícia:
“Bill Gates perde posto de homem mais rico para o dono da Zara, segundo a revista Forbes”.
Segue o Link: (http://www.infomoney.com.br/carreira/gestao-e-lideranca/noticia/5524208/bill-gates-perde-posto-homem-mais-rico-mundo-para-dono)
Continua depois da publicidade
Isso me fez lembrar um comentário curioso e ao mesmo tempo revelador dado pelo espanhol Amancio Ortega em março de 2013, em destaque no título deste post.
Lá está descrito de forma bem simples e objetiva o conceito do “Fast Fashion”(a moda que sai rapidamente das passarelas para as lojas) e a explicação para o enorme sucesso da Zara.
Qual o grande diferencial da Zara? Ela tem fábricas próprias localizadas em Portugal, Espanha e no norte da África muito próximas das passarelas e dos grandes centros de consumo.
Continua depois da publicidade
Sua grande concorrente, a H&M, optou por ter fábricas de baixo custo na Ásia.
Porém, vem perdendo mercado para a Zara por demorar a ter os produtos mais desejados nas ”araras”, vez que do pedido de fabricação até a entrega do Contêiner na Europa, leva-se mais de 3 meses.
E como o próprio nome já diz, o Fast Fashion, ou seja, o desejo pela última moda, é uma compra de impulso e se esvai com a demora da entrega.
Continua depois da publicidade
Com base nessas informações e conceitos, fui analisar se existe alguma empresa no nosso mercado de varejo que possua um DNA ao menos parecido com o da Zara.
E cheguei a algumas empresas com ações na bolsa como: Lojas Renner, Hering, Marisa, Les Lis Blanc e Guararapes.
Dividi as empresas em dois grupos: Com fábricas próprias: Guararapes e Hering.
Continua depois da publicidade
Sem fábricas próprias: Lojas Renner, Marisa e Les Lis Blanc
Contudo, para não fugir da proposta do Blog vamos analisar a Guararapes/Riachuelo, empresa com baixa liquidez (R$1,28 mi nos últimos 21 dias) e valor de mercado abaixo de R$5 bilhões, mas sem deixar a Lojas Renner fora do nosso alcance, já que a mesma é considerada referência pelo mercado, com liquidez de R$68,8 mi em 21d e valor de mercado de R$ 15,8 bi.
A Guararapes/Riachuelo, segundo sua apresentação institucional, é o maior grupo empresarial de moda do Brasil, possuindo 6 unidades industriais no Rio Grande do Norte e no Ceará, tendo 100% das vendas para as lojas Riachuelo.
Continua depois da publicidade
Além disso, atua através das suas 289 lojas próprias em 27 Estados brasileiros e Distrito Federal , 3 Centros de Distribuição: Natal/RN, Manaus/AM e Guarulhos/SP.
Possui ainda, a segunda maior operadora de cartões “private-label” do Brasil com 27.7 milhões de cartões oferecendo produtos como: Crédito Pessoal, Saque Fácil, Seguros e Outros.
E para completar, um investimento em Real Estate, através da operação do Shopping Midway Mall em Natal, com 3(três) pavimentos com 270 lojas, 7 salas de cinema sendo uma 3D , com Área total Construída de 231.000m² sendo de Área Bruta Locável (ABL): mais de 65,000 m² com 99% de área locada.
Um belíssimo ativo, que une uma confecção própria localizada em zona de incentivos(Sudene), reduzindo o custo de produção, integrada a uma das maiores redes de varejo do país(Riachuelo), mais a segunda maior operadora de cartões com bandeira própria, e se não bastasse um shopping numa capital importante 99% locado, além das lojas próprias, que eventualmente podem ser vendidas para Fundos Imobiliários(fontes de financiamento baratas) escondendo valor.
Além disso, foi inaugurado no final de agosto um novo centro de distribuição, que promete revolucionar a operação logística da empresa, melhorando a eficiência e reduzindo custos da empresa. E principalmente, reduzindo o tempo de disponibilização das mercadorias nas lojas, o que a qualifica como uma empresa de Fast Fashion no Brasil.
Seu management tem reiteradamente demonstrado competência na administração do negócio, e principalmente em aplicar os conceitos e princípios adotados pela Zara.
Assim, a grande oportunidade em Guararapes/Riachuelo é a mesma atingir o nível de excelência da Renner com a vantagem de ter fabricação própria e uma operação financeira nas lojas, trazendo vantagens, como flexibilidade e ajustes na produção em relação a sua grande concorrente.
Creio que seja uma grande pedida, na medida em que o Varejo Brasileiro se recupere, lembrando que tudo indica que já passamos pelo fundo do poço: O pior trimestre da pior recessão da história do país.
Até a próxima!