Ao longo da minha vida profissional, uma das frases que mais escutei é que guardar dinheiro é muito difícil. Mas, se pararmos para pensar, por que tem gente que consegue? A resposta é simples: essas pessoas possuem desejos bem definidos e dão prioridade a eles. Vou explicar melhor isso.
É muito frequente vermos homens e mulheres frustrados por trabalharem muito e não conseguirem realizar seus sonhos, mas se esquecem de que as coisas não acontecem sozinhas; que é preciso planejamento. Então, o que aconselho, primeiramente, é investir um tempo para pensar em três sonhos: um de curto (até um ano), um de médio (de um a dez anos) e outro de longo prazo (acima de dez anos).
Saiba quanto cada um custa e veja quanto poderá guardar por mês; assim, é só fazer as contas para ter ideia de quando conseguirá realizá-los. Recomendo sempre que já se reserve a quantia referente aos sonhos assim que receber o salário, pois, se deixar para o final do mês, certamente, não sobrará e o círculo vicioso de trabalhar e gastar sem poupar continuará.
Para saber o valor que poderá ser poupado mensalmente, faça um diagnóstico da vida financeira, anotando tudo o que se gasta ao longo de um mês, separando-os em categorias (alimentação, combustível, guloseimas, etc). Assim, consegue-se ter uma visão mais ampla e, ao mesmo tempo, detalhada das despesas, podendo diminuir ou até cortar as supérfluas, redirecionando esse valor para os sonhos.
Outro ponto muito importante é a forma como é feito o orçamento financeiro. A maioria das pessoas aprendeu da seguinte forma: Ganho (-) Despesas = Lucro ou Prejuízo. Se esse fosse o jeito correto, os índices de endividamento e inadimplência da população brasileira não seriam tão altos; além disso, mais pessoas conseguiriam realizar os seus sonhos.
O orçamento que proponho é Ganhos (-) Sonhos (-) Despesas, ou seja, os desejos são priorizados e as despesas devem ser adequadas, respeitando o padrão de vida. Dessa forma, fica muito mais fácil guardar dinheiro, pois ele possui um destino certo. Não se deve poupar sem foco, pois corre-se o risco de desistir no meio do caminho ou de utilizar essa quantia para qualquer outra finalidade. Com toda a certeza, se, desde crianças, as pessoas fossem educadas financeiramente – tanto nas escolas quanto nos lares –, hoje, teríamos uma sociedade muito mais consciente e sustentável financeiramente.