POR QUE É AINDA TÃO DIFÍCIL INTERNALIZAR A CULTURA DA INOVAÇÃO?

Muitas vezes nos deparamos com essa dúvida quando olhamos para as empresas tradicionais. Porque elas insistem em fazer as coisas como sempre fizeram, ou ainda, acreditam que o que deu certo no passado ainda é receita de sucesso para o futuro mesmo num cenário em que todo o resto aponta o contrário?

Lyana Bittencourt

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Empresas foram criadas para evitar riscos, para tomarem sempre as melhores decisões e com menor chance de erro. Isso historicamente vem sendo acompanhado de planejamentos sólidos, pautados em processos claros, definidos, estruturados.

E ao evitar riscos, evitavam também a inovação. A aversão ao erro, à decisão equivocada culminavam quase sempre em segurança e estabilidade. O pensamento linear sempre foi supervalorizado.

A tradição muitas vezes se coloca como obstáculo pois geralmente está associada a operações complexas, com muitas regras, hierarquia e muita lentidão na tomada de decisão. As empresas costumam ficar presas nas armadilhas do seu próprio sucesso, deixam de ser inovadoras e perdem a capacidade de se manterem perenes no mercado.

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No entanto estamos numa era completamente nova. Saímos de uma era em que a escassez era certeza. As projeções feitas levando-se em consideração os recursos existentes e o crescimento populacional x consumo eram (e ainda são) simplesmente catastróficas. No entanto, o que vemos hoje são alternativas antes impensáveis.

Compartilhamento de bens e estruturas, crowdfunding, startups, co criação, tecnologias exponenciais. Todas novas perspectivas que transformaram a percepção de escassez em provável abundância. E com isso, a aversão ao risco, ao sentimento de carência de recursos passa a ser visto com olhos menos desastrosos.

A indústria deve então passar a não se basear na escassez e começar a desenvolver o mindset de abundância. E para isso, abandonar o velho jeito de fazer as coisas e trazer pessoas de fora para repensarem seus negócios, pois é por meio delas que geralmente ocorrem as inovações disruptivas. Elas geralmente acontecem pelas mãos de quem não está contaminado pelo jeito de ser e da forma “que sempre foi” das empresas.

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E com elas, vem também uma nova forma de pensar e de agir. Algumas resistem, pois, ainda não estão prontas para mudarem de patamar. Mas começam a sentir na obsolescência a dor de não repensar em como agir na nova era, em que o risco assumido (e que pode resultar num fracasso calculado) pode ser o primeiro passo efetivo para a inovação. Elas começam a entender que o risco é inerente aos desbravadores e o medo é parte do processo e, na pior das hipóteses, o que sobra é aprendizado.

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