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A grande crise de 2008/2009 foi diferente das crises financeiras que tivemos nas últimas décadas. Diferente de crises anteriores em que a redução dos juros foi suficiente para reativar a economia, desta vez o Federal Reserve julgou necessárias medidas adicionais para tirar o país da crise. Assim surgiu o “Quantitative Easing” (QE).
O “QE” consiste no Banco Central Americano (FED) comprando ativos como títulos de dívida soberano e outros ativos financeiros a fim de estimular a economia do país. Tais ativos são comprados de instituições financeiras e tem por objetivo reduzir a taxa dos títulos e assim reduzir o custo de capital para o meio produtivo.
Conforme pode ser observado abaixo, o balanço do FED expandiu rapidamente a partir de 2008 atingindo seu ápice em 2015 quando atingiu aproximadamente U$4,5 trilhões em ativos e vem reduzindo nos últimos meses por meio do “Quantitative Tightening” (QT):
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FONTE: https://fred.stlouisfed.org/series/WALCL
Tal expansão monetária aliada aos juros de referência mantidos em patamares historicamente muito baixos, levaram à retomada do crescimento do PIB Americano:
FONTE: https://fred.stlouisfed.org/series/GDP
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FONTE: https://fred.stlouisfed.org/graph/?id=DFEDTARU,
O grande problema que é pouco comentado por analistas econômicos e publicações do setor em geral é que além de todo o esforço monetário empreendido nos últimos 10 anos, o Governo Americano incorreu em pesados déficits para sustentar o crescimento:
FONTE: https://fred.stlouisfed.org/graph/?id=GFDEBTN,
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Somente para ilustrar, o PIB dos EUA ao final de 2008 perfazia U$ 14,56 trilhões enquanto a Dívida Pública Federal era de U$10,70 trilhões. Em 30 de Junho deste ano o PIB era de U$ 20,41 trilhões e a dívida de U$ 21,19 trilhões. Olhando a evolução dos números fica muito fácil enxergar que todo o crescimento do período veio pelo aumento da dívida.
O grande problema de tal arranjo é que após uma década de recuperação o grande crescimento econômico que levaria a relação Dívida/PIB a cair não veio. Por quaisquer medidas históricas que se for olhar, tudo leva a crer que estamos próximos do fim desse ciclo de crescimento.
E fica aqui algumas grandes questões: caso outra crise financeira emirja, quais mecanismos o FED adotaria além da tradicional queda dos juros? Partiríamos para mais rodadas de QE e déficits públicos ainda maiores? Teríamos espaço para estimular uma recuperação tal qual foi produzida em 2008/2009?
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Obviamente não tenhos as respostas, mas o cenário me parece temerário. Por ora seguiria as sábias palavras do Jorge Ben Jor: “prudência e dinheiro no bolso, canja de galinha não faz mal a ninguém”.
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