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As notícias apocalípticas chegaram com tudo em 2020. Primeiro, Greta anuncia a possibilidade do fim do mundo pelo aquecimento global; depois, alguns especialistas dizem que o ataque do Irã aos EUA poderia desencadear a 3ª guerra mundial e, agora, a possibilidade de uma nova pandemia com o coronavírus. A diferença é que o último caso é real e concreto com efeitos a curto prazo, enquanto os dois primeiros eram mais leituras histéricas da realidade.
É evidente que surtos de doenças causam pânico na população mundial, ainda mais quando o vírus é novo e não há vacina contra ele. Mas não é apenas a nossa condição de vulnerabilidade perante o vírus que nos causa medo. Hoje, o pânico é intensificado pelo encurtamento das distâncias entre as nações, tanto pelo grande fluxo aéreo que potencializa o risco de epidemias globais, como pelas redes sociais, que não transmite o vírus, mas é capaz de disseminar o medo mais rapidamente do que a própria doença.
Esse medo não está presente apenas na população em geral, mas também entre investidores. Na última segunda-feira, por conta do coronavírus, o Ibovespa caiu mais 3% (veja mais aqui: Ibovespa despenca 3,3% com coronavírus: hora de vender ou comprar?). Quem diria que um ser microscópico fosse capaz de derrubar as ações de tantas empresas.
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Diante dessa queda, a pergunta a ser feita é: trata-se de uma volatilidade passageira, amplificada pelo viés comportamental do mercado, ou algo mais sustentável?
Para responder a essa pergunta, recorri ao passado, a um caso semelhante: a gripe H1N1. É óbvio que comportamentos passados não são garantias de réplicas iguais no futuro. No entanto, apesar dessa limitação, os dados mostram que se o passado for um bom guia, os investidores não devem se preocupar com coronavírus, pelo contrário.
Oficialmente, a gripe H1N1 começou no dia 25 de abril de 2009. No dia útil seguinte ao primeiro caso registrado de H1N1, a bolsa caiu 2,04% – queda parecida com a de hoje. Já, considerando o período de início do H1N1 até o fim da pandemia, a bolsa subiu 45%.
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Nos EUA, não foi diferente. No dia 27 de abril de 2009, o S&P500 caiu 1,01% e até o término da pandemia, a bolsa americana registrou alta de 30,20%.
Vale lembrar que em 2009, tanto o Brasil quanto os EUA ainda sentiam os efeitos da crise do subprime e, mesmo assim, nem a crise americana e nem o H1N1 foram suficientes para frear os fundamentos de alta das empresas.
A mesma lógica deve ocorrer em 2020. O coronavírus não vai ser suficiente para frear os investimentos estrangeiros diretos, a recuperação do crédito e dos investimentos e a aprovação de reformas fiscais importantes que devem impulsionar a economia para 2020.
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Como disse o agrônomo Xico Graziano em seu Twitter: “Epidemia de coronavírus é invenção do jornalismo catastrófico. Foi assim com a gripe aviária e outras, que matariam milhões. Não vivemos mais na época da peste negra. Precisamos acreditar na MEDICINA, no poder do conhecimento científico. Igual na AGRONOMIA.”
Chega de alarmismo. Oportunidade de compra à vista.
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Alan Ghani é economista, PhD em Finanças e professor de pós-graduação.
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