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Nos meus últimos artigos (aqui e aqui), analisei as medidas do governo Bolsonaro que poderão gerar um crescimento mais robusto do PIB, diminuir o desemprego e aumentar a renda. Entre as propostas estão a Reforma da Previdência, a MP da liberdade econômica, as privatizações e o acordo Mercosul-União Europeia, entre outras.
No entanto, pouco se fala numa proposta, em andamento, igualmente importante a essas, que teria impactos positivos sobre a renda e o emprego: a reforma do setor bancário.
Essa reforma é fundamental para a redução do custo do capital, aumento da produtividade e, consequentemente, aumento da renda no país.
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Alguns importantes estudos mostram uma relação robusta entre desenvolvimento do mercado financeiro (crédito e de capitais) e redução da pobreza (Beck, Demirgüç-Kunt, e Levine, 2004).
De acordo com o relatório do FMI (Brazil: boom, bust, and the road to recovery), a reforma do setor bancário teria um forte impacto sobre a produtividade no Brasil, variável chave para gerar crescimento sustentável de longo prazo.
Ainda de acordo com o relatório, (ver gráfico abaixo, fonte: FMI/Banco Central), o Brasil precisaria avançar bastante na reforma do setor bancário para atingir o nível das economias avançadas.
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A boa notícia é que a reforma contaria com amplo apoio da população, por se enquadrar numa reforma liberal. Como a população brasileira é majoritariamente favorável à economia de mercado (veja gráfico a seguir, fonte: FMI/Banco Central), tem tudo para avançar.
Com a taxa Selic no patamar mínimo histórico de 6%, a reforma do setor bancário aumentaria a eficiência da transmissão da redução da taxa básica de juros para o barateamento do custo do crédito pessoa física e jurídica.
Entre as medidas dessa reforma estão: ampliação do limite de renda para obtenção de microcrédito para empreendedores, autonomia do Banco central, Lei do Cadastro Positivo aprovada e sancionada, educação financeira e medidas de simplificação cambial.
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Se essas propostas forem aprovadas, juntamente com a melhora no ambiente fiscal a ser gerado pela reforma da Previdência, a diminuição do custo do capital será sustentável. A consequência dessa redução será o aumento do investimento por parte dos empresários, com efeitos positivos sobre o crescimento econômico e a geração de empregos. Tudo indica que o presidente do Itaú tem mesmo razão: “Reformas deixam Brasil em situação econômica que nunca vi na carreira” (aqui).
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Alan Ghani é economista, PhD em Finanças e professor de pós graduação