Afinal, a grande mídia é de esquerda? Trump, Dória e Ives Gandra respondem

Se ainda existia alguma dúvida sobre a orientação ideológica da grande mídia brasileira, a vitória de Donald Trump, João Dória e a possível nomeação de Ives Gandra filho para o STF tiraram a imprensa do armário, mostrando seu viés de esquerda (progressista) e anticonservador.

Alan Ghani

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Se ainda existia alguma dúvida sobre a orientação ideológica da grande mídia brasileira, a vitória de Donald Trump, João Dória e a possível nomeação de Ives Gandra filho para o STF tiraram a imprensa do armário, mostrando seu viés de esquerda (progressista) e anticonservador.

Em um ótimo texto publicado pelo InfoMoney e que se tornou viral nas redes sociais (aqui), Renata Barreto, minha vizinha de blog, prova com fontes primárias uma verdadeira cruzada contra Dória na grande mídia. Já a “Trumphobia” por boa parte da imprensa brasileira e americana é mais evidente. Para provar como a mídia age para destruir a reputação de Trump, Felipe Moura Brasil traz uma coletânea de notícias com técnicas de demonizações, “fake news” e manipulações (aqui) contra o atual presidente dos EUA (vale até capa de revista comparando o republicano democraticamente eleito com Hitler, um dos maiores genocidas da história mundial). Por fim, o jurista Ives Gandra Filho, possível nome para o STF, também foi alvo de ataques da patrulha da imprensa de esquerda, sendo rotulado injustamente de “machista” e “homofóbico”, conforme demostrou também com fontes primárias, Taiguara Fernandes, em excelente artigo no Senso Incomum (aqui).

Mas apesar dessas evidências, mostrando o viés ideológico da grande mídia, as esquerdas vão jurar que a Globo e a Folha de São Paulo, por exemplo, são “de direita” e “conservadoras”.  Esse engano decorre de alguns aspectos.  Primeiro – e o mais relevante – é a confusão em relação ao próprio termo “esquerda”. Há um desconhecimento do que é “ser de esquerda” nos dias atuais. Hoje, “ser de esquerda” não necessariamente é ser contra o sistema econômico capitalista e a favor da socialização dos meios de produção nos moldes soviéticos. Esse é um conceito ultrapassado da década de 50.

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Em linhas gerais, “ser de esquerda” atualmente é i) ter uma visão coletivista da sociedade; ii) posar de defensor de “minorias” em nome de mais intervenção e CONTROLE do Estado na vida política, econômica, cultural e até comportamental da nação, e iii) defender majoritariamente pautas anticonservadoras, tais  como feminismo, ideologia de gênero, livre imigração, demonização das polícias, defesa do aborto e ataques à família tradicional e ao cristianismo, inviabilizado qualquer oposição de pensamento a esses temas.

Não é à toa que todos esses movimentos, financiados com o dinheiro de George Soros (veja aqui), concordam majoritariamente com todas essas pautas. Chega-se ao cumulo da contradição do casamento insano entre o movimento feminista com Islamismo radical, conforme demonstrado em ótimo artigo pelo economista Rodrigo Constantino (aqui).

Outra questão que pode explicar por que muitos acreditam erroneamente que a grande mídia é “de direita” decorre do fato dos jornais trazerem notícias de corrupção envolvendo partidos de esquerda, principalmente o PT. Assim, o raciocínio para muitas pessoas de esquerda é: se o jornal traz notícias contra o PT é porque automaticamente ele é de direita. Não! Evidentemente que por mais que o jornalista tenha sua orientação ideológica, muitas vezes é difícil ir contra a própria realidade ao apurar um fato. Como fica o jornal em não noticiar um escândalo da Petrobras, por exemplo? É claro que a notícia pode ser dada com algumas técnicas de manipulação para enfraquecer o peso da realidade, mas muitas vezes não dá para omitir o fato.

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Além disso, é perfeitamente possível um jornalista ser de esquerda e ser contra a corrupção petista; ou ser de esquerda e ser contra o PT. Ou não temos diferentes grupos de poder dentro da própria esquerda? Prova disso é a quantidade de partidos de esquerda existente nos Brasil – PT, PSOL, Rede e PSDB (sim, PSDB!), divergindo na forma de atuação e às vezes até em ideias.

Outra possível explicação para acreditar equivocadamente que a grande mídia tende à direita é a criação pelas esquerdas de narrativas e inimigos imaginários para culpar suas próprias derrotas e fracassos. No Brasil, por exemplo, criou-se a narrativa da “imprensa golpista” que teria ajudado a derrubar a Dilma. Já nos EUA, chegaram a dizer que a imprensa poderia ter ajudado a eleger Trump (aqui), numa completa inversão da realidade. Para quem acompanha a imprensa americana, sabe o quão mentirosa é essa afirmação, uma vez que praticamente toda a mídia americana era contra Trump – até mesmo parte da Fox News e da direita dos EUA (Glenn Beck e Ben Shapiro).

Para quem conhece o modo de pensar dialético da própria esquerda, sabe que não existe nenhuma contradição da própria esquerda acusar a imprensa de “direitista” (liberal ou conservadora). Ao mesmo tempo em que as esquerdas são beneficiadas pela enxurrada de notícias dando destaque para pautas progressistas, ela mesmo se vitimiza, acusando a própria imprensa de persegui-la, trazendo a ficção do brilhante romance 1984 para realidade de 2017: o indivíduo não enxerga a contradição em uma opinião; pelo contrário, a contradição faz naturalmente parte da própria argumentação.

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Para comprovar o viés de esquerda da grande mídia, basta ler uma notícia factual e verificar a quantidade de adjetivos para demonizar qualquer pessoa ligada a pautas conservadoras ou liberais. Basta verificar quantas vezes não aparece o termo “radical” ou “ultraconservador” para se referir a Trump ou a Ives Gandra Filho. O problema não é o uso de adjetivações em textos opinativos, mas em reportagens factuais que teoricamente deveriam ser isentas. No entanto, muitas vezes, a opinião é passada sorrateiramente nas entrelinhas da reportagem dando aquele ar de “isenção” do jornal.

Outra dica para perceber o viés de esquerda da mídia é verificar a demonização contra policiais, e a vitimização a favor de terroristas, bandidos e black blocs exercida por boa parte do jornalismo. As evidências são tantas que até existe uma página (“Caneta Desesquerdizadora” ) para apontar como as notícias são manipuladas e distorcidas a favor de pautas de esquerda.

Mas a maior evidência para provar o viés de esquerda da imprensa adveio mesmo de três nomes: Donald Trump, João Dória e Ives Gandra Filho. Nesses casos, a torcida ficou evidente. E por que será que esses três nomes foram capazes de tirar a imprensa do armário? Ou, de outra forma: por que boa parte da imprensa não gosta deles?

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Dória, porque não se faz de vítima; pelo contrário, valoriza o trabalho e não tem vergonha de sua riqueza. Curiosamente, as críticas a Dória não advém da população mais pobre que votou nele em larga escala, mas dos “intelectuais da Vila Madalena” e da turma do “fora Temer”, “é golpe”.

Já Trump incomoda porque passa por cima da ditadura politicamente correta e toma ações que contrariam totalmente o establishment americano (políticos, poderosos empresários e mídia). Por exemplo, Trump é a favor de Israel, valoriza a polícia e tem tomado ações para conter a imigração ILEGAL e o terrorismo. Nem é preciso dizer que a pauta da esquerda (e dos globalistas) passa pela dissolução das fronteiras nacionais e a vitimização do terrorismo islâmico como “consequência” da opressão ocidental. 

Por fim, Ives Gandra Filho incomoda porque valoriza a família e o Cristianismo, talvez as duas maiores forças de resistência às ideologias de esquerda.

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Como diria meu colega Rodrigo Constantino, cadê a Fox News do Brasil?

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Alan Ghani

É economista, mestre e doutor em Finanças pela FEA-USP, com especialização na UTSA (University of Texas at San Antonio). Trabalhou como economista na MCM Consultores e hoje atua como consultor em finanças e economia e também como professor de pós-graduação, MBAs e treinamentos in company.