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Nas últimas semanas, cruzei o Atlântico me unindo com a tripulação do veleiro Kat e a equipe de terra da nossa Voz dos Oceanos em ações importantíssimas para a internacionalização da nossa iniciativa e participação ativa em debates globais em defesa do nosso ambiente marinho. Neste momento “pós-pandêmico”, voamos para Portugal, onde, após um detalhado processo de candidatura, marcamos presença na edição 2022 da Conferência do Oceano da ONU.
Na cidade do Porto, nosso CEO David Schurmann integrou o time de debatedores na conferência e na capital, Lisboa, realizamos nosso próprio evento, mergulhando em importantes debates que envolvem ações de todos os segmentos, inclusive, o corporativo em defesa da saúde e conservação do Oceano. Ainda em Portugal, um encontro de relevância foi com nossos amigos do Programa da ONU para o Meio Ambiente, quando nos aproximamos da incrível bióloga marinha e ativista ambiental Sylvia Earle.
Concluída a Conferência do Oceano da ONU, voltei a cruzar o Atlântico, dessa vez não para um retorno para casa e, sim, para ecoar nossa voz em Nova York. Além da nossa tradicional coletiva de imprensa, fizemos nosso evento proprietário com artistas, empresários, autoridades e figuras públicas dentro de uma galeria de arte no Brooklyn, onde contamos com uma exposição de arte dedicada ao tema “Oceano” e performance ao vivo de cantoras. Já no dia seguinte, impactamos moradores e turistas que frequentam a Times Square com uma projeção de vídeo na icônica fachada do edifício da Nasdaq. Assim como aconteceu em cartões postais famosos do Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Belém, incluindo o Cristo Redentor, realizamos essa emocionante intervenção urbana para conscientização da sociedade sobre a saúde do Oceano e os temas da economia azul.
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Ainda na Big Apple, a tripulação se reuniu com o Embaixador Peter Thomson, Enviado Especial para o Oceano, nomeado pelo Secretário-Geral da ONU em 2017. Em pauta, os impactos da Voz dos Oceanos até o momento, os próximos desafios da expedição e debates sobre possíveis soluções para conservar e preservar o Planeta Água. E a Economia Azul vem crescendo em conversas e encontros como esses. Afinal, medidas urgentes se fazem para lá de necessárias!
Até 2040, estima-se que os mares devem receber entre 23 e 37 milhões de toneladas de plástico por ano, segundo relatório da ONU Da Poluição à Solução: Uma Análise Global sobre Lixo Marinho e Poluição Plástica. Com nossa Voz dos Oceanos, temos mobilizado a sociedade para a importância de adotar novos comportamentos e hábitos de consumo. Mas também temos dialogado com gestores públicos e empresários, convidando-os para embarcarem nessa – inevitável, ainda bem! – onda da transformação.
Nosso Oceano está em evidência não só para nós que navegamos com essa missão mundial, apoiada pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente. Mas porque cada vez mais pessoas vêm se conscientizando da essencial importância do Oceano para a manutenção da vida no planeta… e também para a economia mundial.
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Sim! Classificado pela Unesco como a quinta economia mundial, o Oceano é o ambiente responsável pela produção de parte expressiva do PIB brasileiro e contribui com 45% da atividade pesqueira do Brasil, por exemplo. Além disso, as rotas marítimas são responsáveis por escoar 95% do comércio exterior. Ampliando nosso olhar para o mundo, 3 bilhões de pessoas vivem em zonas costeiras e 13 das maiores megametrópoles são costeiras, entre outros tantos dados expressivos que ressaltam a influência do Oceano em diferentes setores.
Mas estamos atentos à recuperação e à preservação do ambiente marinho e, por isso, a Economia Azul visa a utilização estratégica do Oceano para desenvolver e impulsionar a economia de forma sustentável. Precisa é a definição do Banco Mundial, que diz que a Economia Azul é “o uso sustentável dos recursos do oceano para promover crescimento econômico e melhorar os meios de subsistência e de trabalho preservando a saúde do ecossistema marinho”. Defender o ambiente marinho não é lutar contra a economia. A Economia Azul e as práticas ESG andam de mãos atadas e têm o potencial de movimentar US$ 3 trilhões ao ano, de acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
A Economia Azul ocupa lugar de protagonismo na busca de soluções inovadoras para a preservação do Oceano e possui uma série de desafios a serem superados, em especial a necessidade de incentivo à pesquisa na área e da busca pela ágil superação das atuais práticas econômicas que degradam o ambiente marinho. Mas chamo aqui a atenção para a reflexão acerca das oportunidades que se pautam, em suma, pela promoção do equilíbrio entre a preservação a longo prazo dos ecossistemas oceânicos e o desenvolvimento da economia sustentável em larga escala. Empresários e executivos visionários estão de olho nas oportunidades que temos pela frente e já embarcam nessa jornada azul!