Mercado imobiliário do futuro: um híbrido entre tecnologia, personalização do atendimento e com um novo corretor de imóveis

Em pouco tempo, as medidas de isolamento social determinaram o deslocamento de boa parte da força de trabalho para o home office e impuseram o desafio de comercializar produtos e serviços quase exclusivamente pelos canais virtuais.

Gustavo Vaz

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Quem nunca ouviu aquela máxima de que normalmente as pessoas tendem a resistir ao que é novo? Nos últimos tempos, a pandemia de coronavírus subverteu parte dessa realidade na marra. Afinal de contas, em pouco tempo, as medidas de isolamento social determinaram o deslocamento de boa parte da força de trabalho para o home office e impuseram o desafio de comercializar produtos e serviços quase exclusivamente pelos canais virtuais.

A necessidade de minimizar contatos físicos prevaleceu sobre o antigo receio de confiar em soluções desenvolvidas por startups com poucos anos de existência. E, na grande maioria das vezes, o risco não se materializou, tampouco frustrou a primeira experiência com aquela realidade… nova, disruptiva, mais cômoda, simples e ágil e que se mostrou bastante agradável.

Para muitas atividades e nichos profissionais foi preciso continuar a fazer o mesmo de sempre, porém de um jeito mais assertivo ou capaz de trazer retorno maior e mais rápido. E o público e o mercado viram o quanto isso era bom e capaz de viabilizar novas perspectivas.

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A atividade imobiliária bebeu da mesma fonte, se deparou com os mesmos percalços, ao ter que adaptar todo o processo de compra e venda ao universo digital e, ao mesmo tempo, suprir o novo rumo das demandas: imóveis mais espaçosos para abrigar a família com mais conforto, além das estações remotas de trabalho.

Só para ficarmos com exemplos concretos de duas das principais metrópoles brasileiras, a partir de números levantados pela EmCasa – em São Paulo capital, a faixa de preço de imóvel mais buscada em 2020 ficou entre R$ 240 mil e R$ 500 mil, sendo que a partir de abril a procura por imóveis com padrões mais altos (faixa de preço entre R$ 900 mil e R$ 1,5 milhão) registrou elevação em torno de 65%. Já no Rio de Janeiro, a demanda da faixa entre R$ 900 mil e R$ 1,5 milhão subiu 25%, até março de 2021, na comparação anual.

Nesse universo, os players que ganharam mais relevância foram aqueles capazes de viabilizar praticamente todas as etapas de compra e venda de um imóvel virtualmente – da utilização de filtros para buscas mais detalhadas, passando pela comodidade de enviar e analisar documentos, até a realização do pagamento.

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E acaba sendo de enorme contribuição o papel ativo da tecnologia em reconhecer particularidades e preferências de cada cliente e buscar o match perfeito entre vendedor e comprador. Mas, como nem tudo é completamente perfeito, a experiência e a jornada do consumidor podem acabar com algumas pontas de frustração nesse cenário.

Como filho de uma corretora de imóveis, pude acompanhar desde cedo o desafio desses profissionais de conciliar o desafio de encontrar o imóvel dos sonhos de seus clientes com leis de oferta e demanda, dinâmicas do mercado e necessidade de emplacar uma venda, para ganhar comissão e ter a remuneração mensal condizente com as próprias necessidades.

Nesse dilema, a disposição em se reinventar e entregar de uma forma diferente a atividade que o mercado sempre realizou assume completo protagonismo. E se, além de modernizar o sistema e ampliar a comodidade com o aumento do uso de ferramentas de seleção e algoritmos capazes de identificar no detalhe o que cada consumidor pretende, pudéssemos fazer algo a mais?

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É aí que a experiência digital casa com uma nova disposição em mudar para melhor a experiência do consumidor com apoio de um novo perfil de corretor, capaz de entregar algo ainda mais customizado a ele. O melhor encaixe da tecnologia com a assistência personalizada de alguém que acompanha todas etapas do processo e, aos poucos, entende o que agrada e o que a pessoa não quer de jeito nenhum.

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Melhor ainda se esse especialista não depender da comissão gerada pelo martelo batido da venda para ter a remuneração no fim do mês e puder contar com toda a segurança e estabilidade garantidas pela CLT. O quanto esse volume de ofertas não vai ser ainda mais assertivo e menos interessado no ato final?

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Se o primeiro ponto de virada no setor imobiliário foi o advento da tecnologia para ampliar a comodidade, conhecer melhor o cliente e dar mais autonomia e capacidade de escolha, o desafio dos próximos meses ou anos é tornar a experiência de compra e venda de imóveis cada vez mais personalizada, única conforme a característica de cada pessoa.

Trazendo isso para o universo dos imóveis, seria ampliar uma entrega cada vez mais assertiva por parte dos novos corretores, que encante o cliente em todas as etapas do processo, e o faça se sentir acolhido, acompanhado por alguém de confiança que sabe exatamente o que ele quer e não mede esforços para atendê-lo.

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Gustavo Vaz

Cofundador da EmCasa. Filho de corretora de imóveis, formado em engenharia pela UFRJ e com MBA pela Universidade de Harvard, tem passagens por empresas como Diretor de Operações na Easy Taxi e Estratégia na Frontier Car Group.