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No mundo dos investimentos, compreender o comportamento do cliente é tão crucial quanto entender o mercado financeiro. Quando se trata de assessoria de investimentos, o sucesso não depende apenas de números e estratégias, mas de uma profunda compreensão da psicologia do investidor.
O Poder da Psicologia Financeira
Durante meus 17 anos na XP, aprendi a guardar e honrar os sonhos financeiros dos meus clientes, mesmo em meio às turbulências do mercado, como a crise do subprime, por exemplo, em 2008. Essa experiência me ensinou que, mais do que os números, os sentimentos e comportamentos humanos guiam as decisões de investimento.
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Por que guardar dinheiro?
O livro A Psicologia Financeira, de Morgan Housel, explica um pouco sobre como a capacidade de poupança e o ego estão interligados em algum momento da jornada financeira da vida dos clientes. A capacidade de poupança não está apenas ligada à renda, mas à humildade e ao controle sobre o ego. Muitas pessoas gastam para exibir status, mas as que realmente prosperam são aquelas que guardam para proteger seu futuro e ganhar flexibilidade em suas escolhas de vida. Como assessores, podemos usar essa percepção para incentivar os clientes a investir em sua liberdade financeira, ao invés de alimentar o ego.
Trecho do livro a Psicologia Financeira:
“A partir de um determinado nível de rendimentos, tudo que você precisa fazer é não alimentar o seu ego. Gastar além de um valor bastante baixo de materialismo é sobretudo um reflexo do ego se alimentando dos seus rendimentos, uma forma de gastar dinheiro só para mostrar às pessoas que você tem (ou tinha) dinheiro. (…)
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Pessoas com um longo sucesso em finanças pessoais — não necessariamente são aquelas com rendimentos mais altos – são as que tendem a não dar a mínima para o que os outros pensam delas.”
Racional vs. Razoável:
Buscamos ser racionais, mas a verdade é que somos humanos, não podemos esquecer disso, e muitas vezes ser razoável é mais eficaz. Por exemplo, um portfólio que “faz sentido” em teoria pode não se alinhar com as expectativas emocionais de um cliente. Até Markowitz, pai da teoria moderna do portfólio e da importância da diversificação de investimentos, menciona a questão entre ser razoável versus racional, e tratar de estratégias de investimento que se harmonizem com os valores e sentimentos dos clientes, não apenas com teorias financeiras.
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Surpresas do Mercado
A história nos mostra que o mundo financeiro é repleto de surpresas. Como investidores, sabemos que a previsibilidade é ilusória. Portanto, a verdadeira habilidade está em planejar para o inesperado. Incentive seus clientes a manter uma “margem para imprevistos” em seus planos financeiros. Isso não só oferece segurança, mas também uma paz de espírito inestimável. “A parte mais importante de um plano é ter um plano para quando o plano não estiver saindo de acordo com o plano” frase clássica do Livro a Psicologia Financeira de Morgan Housel.
Erros Comuns dos Assessores de Investimento neste contexto todo:
- Falta de Empatia: Muitos assessores são tão focados em números e dados que se esquecem de considerar o lado emocional dos clientes. É vital ouvir ativamente e entender as preocupações e os sonhos dos investidores. Pergunte sobre suas metas pessoais e sonhos e como eles se sentem em relação aos seus investimentos e seu futuro. E como estão os investimentos em relação aos sonhos.
- Comunicação Complicada: Uso de jargões financeiros pode confundir os clientes em vez de esclarecê-los. Simplifique as explicações e sempre as relacione ao contexto pessoal do investidor.
- Desconsiderar Mudanças no Perfil do Cliente: Os objetivos e situações de vida dos clientes mudam. Não atualizar as estratégias de investimento conforme essas mudanças pode levar a um desalinhamento com as expectativas dos clientes. Realize revisões periódicas para ajustar os planos conforme necessário.
- Foco Excessivo em Produtos: Priorizar a venda de produtos em vez de soluções personalizadas pode fazer os clientes se sentirem como apenas mais um número. Concentre-se em como cada produto ou estratégia pode concretamente ajudar a atingir os objetivos e sonhos do cliente.
- Ignorar o Aspecto Educacional: Clientes bem-informados sentem mais segurança em suas decisões. Dedique tempo a educá-los sobre conceitos financeiros básicos e decisões estratégicas. Apenas 4 em cada 10 brasileiros sabem o que são juros compostos! E 56% dos brasileiros erram ao responder o impacto concreto da inflação em suas vidas.
Como assessor de investimentos, seu papel vai além de gerenciar carteiras; mas sim ser guardião dos sonhos financeiros do cliente. Ao compreender a psicologia do investidor e evitar erros comuns, podemos não apenas aconselhar, mas também inspirar nossos clientes a alcançar seu propósito financeiro com confiança.
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