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Um dos pilares importantes de DeFi (finanças descentralizadas) são as DEX (exchanges descentralizadas), que trazem para o setor uma forma dos usuários trocarem tokens entre eles de uma forma descentralizada. Isso já é consolidado no mercado spot e agora começam a ganhar corpo no mercado de derivativos.
Uma das mais antigas e principais é a DYDX, que tem perpétuos e está na rede Ethereum (ETH).
A principal barreira que toda DEX tem se refere a como conseguir, de um lado, os provedores de liquidez e, de outro, os clientes para operarem lá.
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Os incentivos para os dois podem ser vários, e no caso dos provedores de liquidez os modelos mais testados dos últimos anos envolvem sempre uma alocação de capital e em reciprocidade um percentual da receita gerada pelo protocolo.
Mesmo a Uniswap tendo seu token de governança, UNI, tirando uma mudança recente onde parte dos fees (taxas) de transação são direcionados para ele, esse token não recebia nenhum percentual do resultado da plataforma, tudo ia para os provedores de liquidez.
Recentemente um novo modelo de negócios vem atraindo a atenção de quem acompanha DEFI que é o modelo que está sendo chamado de “Real yield”.
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O primeiro exemplo (ao menos que eu vi) de como funciona esse modelo de “real yields” vem do seu maior expositor: a plataforma GMX, uma DEX de futuros que está no ambiente da Avalanche e Arbitrum (layer 2 da Ethereum).
A GMX tem dois tokens, um de provedor de liquidez (GLP) e outro de governança (GMX). No caso do primeiro, ao invés de você prover liquidez para um, como é o caso da Uniswap, você prove liquidez para um índice que é composto por cerca de 8 ativos e que é rebalanceado semanalmente. Você pode prover liquidez em qualquer um dos 8 ativos, a diferença é que para ativos que estão com um percentual acima do que é estipulado pelo índice o fee para isso é maior.
O valor do GLP segue o valor do índice (que por consequência segue o preço dos ativos que o compõe) acrescido de 70% dos fees coletados pela plataforma e pelo resultado dos ganhos/perdas dos traders que utilizam a plataforma.
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Os outros 30% dos fees vão para os detentores de GMX, que é o token de governança.
Vamos agora analisar os dois tokens.
Primeiro do GMX: o comprador desse token está comprando o que considero ser muito similar a uma ação dessa empresa, ou melhor dizendo, plataforma. O GMX tem emissão limitada e paga ao seu detentor um “dividendo” que é equivalente a 30% do resultado bruto dele. Se a plataforma continuar a progredir e ter sucesso não é difícil visualizar esse token subir bem. Por outro lado, se isso não ocorrer a queda pode ser grande.
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Quanto a GLP, ele é uma forma engenhosa para que os provedores de liquidez possam gerar lastro para as operações que a plataforma faz. Diferentemente do modelo de negociação da Uniswap onde a compra de um agente é a venda de outro, aqui todos atuam contra a plataforma, de tal maneira que possa haver mais comprados que vendidos em determinados momentos, e o GLP é como se fosse o buffer para isso.
Uma taxa (borrow fee), que é proporcional ao tamanho relativo das posições totais faz aqui o papel de balizador, atraindo vendedores para futuros que estejam desbalanceados para o lado dos compradores e vice-versa. Essa taxa é paga/recebida pelos compradores para/dos vendedores.
Um outro agente importante disso são os keepers, que são programas que ficam observando a todo instante todas as posições de todos os agentes para verificar se há algum que tenha que ser liquidado por ter atingido a perda máxima vis a vis o que tem de margem depositada. Esses e os oráculos de preço, são algoritmos que trabalham como que no back office de todos os protocolos de DeFi e tem um papel importantíssimo nesse Lego que é DeFi.
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O modelo da GMX para derivativos tem atraído muitos adeptos e criado esse movimento de “Real Yield” dentro de DEFI. O curioso é que se analisarmos pelo ponto de vista de investimento em inovação, é o um modelo de negócios onde o investidor já começa a receber dividendos logo no começo, o que não é nada esperado quando estamos investindo em inovação. Curioso se vermos por essa perspectiva, não?
Um outro modelo que estou começando a analisar é o da GNS, que é uma outra DEX de derivativos no ambiente da Polygon (layer 2 da Ethereum), e que traz uma outra novidade que é o pool de liquidez ser constituído unicamente de uma stablecoin, a DAI, e que pretende ter listagem de derivativos de quase tudo.
Hoje já tem parte considerável do seu movimento que vem de trades de derivativos de moedas fiat (libra, euro, dólar, etc) e está começando a haver alguma liquidez nos derivativos de ações, como a Apple.
Além disso, ela tem um conjunto de oráculos que parece ser mais eficiente na tomada de preços e que pode ajudar bastante em questões como slippage.
A inovação da GNS vem de dar uma alavancagem de até 150x no caso de derivativos de cripto e até 1.000x no caso de derivativos de moedas, com um UX muito intuitivo e interessante.
O modelo deles é um pouco diferente do da GMX e trabalha com 3 vaults para prover liquidez e segurança para a plataforma, além de ter uma serie de NFTs para aumentar o percentual de desconto nas fees e também o quanto do retorno das fees da plataforma revertem para o detentor do token GNS que é o token de governança deles.
Vale lembrar que a ideia aqui é trazer para discussão novos modelos de negócio e inovações e ano fazer recomendação de investimento. Ambos os protocolos estão em fases muito iniciais e, portanto, carregam um enorme risco.
O que tenho visto é que essa nova onda de derivativos em cripto via DEX veio para ficar e pode ser o grande movimento em termos de mercado nos próximos trimestres e esse modelo de “real yields” traz uma inovação muito interessante, e que pelo visto não vai ficar restrita às DEX de derivativos.
Fico por aqui e aguardo seu feedback.
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