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Os mercados têm acompanhado de perto a forma como várias mega forças apresentam oportunidades de investimento. Essas mudanças estruturais têm impactos profundos tanto no presente quanto nos próximos anos. Um exemplo claro dessas mega forças é o ciclo de inovação da Inteligência Artificial (IA); outro é o redesenho das cadeias produtivas resultante da crescente fragmentação geopolítica.
A infraestrutura atravessa mega forças, tornando-se foco de investimento em si mesma. No caso da IA, seu desenvolvimento requer a construção de um número significativo de data centers, que consomem muita energia e também afetam a transição energética ligada à redução das emissões de carbono – outra mega força.
O investimento em data centers relacionados à IA pode crescer de 60% a 100% ao ano nos próximos anos, de acordo com várias fontes. As implicações de investimento dessa construção vão além das empresas de tecnologia blue-chip, alcançando beneficiários mais acima na cadeia de suprimentos, como empresas de geração de energia ou aquelas que fornecem matérias-primas e equipamentos essenciais. Tudo isso também gera uma maior necessidade de investimento em infraestrutura.
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As necessidades energéticas da IA podem ampliar o já enorme investimento esperado na transição para uma economia global de baixo carbono. Muitas empresas de tecnologia que fazem os maiores desenvolvimentos de IA têm metas de emissão líquida zero, o que pode impulsionar a demanda por energia renovável.
Estudos da BlackRock estimam que o investimento em sistemas de energia chegará a US$ 3,5 trilhões por ano nesta década e a US$ 4,5 trilhões na década de 2040. O investimento em fontes renováveis representará até 80% do gasto de energia, em comparação com os atuais 60%.
Outro exemplo é a divergência demográfica entre países desenvolvidos, onde o segmento mais velho da população cresce mais que os demais, e países emergentes, que ainda veem um crescimento maior da população jovem. Geralmente, quanto mais rápido uma população cresce, mais rápido o investimento de capital cresce. Países como a Índia precisarão de mais gastos de capital para sustentar suas crescentes populações em idade ativa. Nos mercados desenvolvidos, a forma como se adaptam ao envelhecimento ditará o investimento, com países como o Japão investindo na automatização alimentada por IA.
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Finalmente, a fragmentação geopolítica está impulsionando a demanda por infraestrutura em todos os setores e países. As cadeias de abastecimento estão se tornando cada vez mais complexas, com alguns países atuando cada vez mais como parceiros comerciais intermediários. O México já está se beneficiando de uma reconfiguração dessas cadeias, mas requer investimentos substanciais em infraestrutura para aproveitar ao máximo essa oportunidade.
Em suma, a infraestrutura é uma oportunidade de investimento atraente, especialmente para investidores institucionais com horizontes de investimento estendidos, como fundos de pensão e seguradoras. É por isso que é essencial que os países ajustem incentivos e regulamentações para facilitar que esse investimento fundamental se concretize.