“Rogue One” é o filme para fãs de Star Wars que o Episódio VII não conseguiu ser

Da cena inicial até o último frame, Rogue One é recheado de homenagens e citações para fã nenhum colocar defeito

Rodrigo Tolotti

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Publicidade

SÃO PAULO – Quando a Disney comprou a Lucasfilm em 2012, os fãs foram presenteados com a volta do universo Star Wars após uma trilogia que desapontou a todos nos anos 2000. Com a expectativa nas estrelas, milhões de pessoas foram aos cinemas no ano passado para retomar a saga da família Skywalker 10 anos após o último filme, que apesar das homenagens e cenas emocionantes, acabou desapontando ao trazer quase que uma “cópia” do longa que deu origem a todo esse universo, sem grandes novidades e apenas com uns “easter eggs” escondidos durante a projeção.

Mas agora com “Rogue One: Uma História Star Wars”, esta ideia de fazer um filme focado nos fãs pôde ser muito bem aproveitada. Sem precisar se prender tanto a criar uma nova história, Gareth Edwards (fãs assumido da saga) conseguiu criar um longa que expande toda a mitologia deste universo e mesmo assim incluir centenas de detalhes que só os fãs mais “hardcore” de Star Wars conseguirão ver.

Da cena inicial até o último frame, Rogue One é recheado de homenagens e citações para fã nenhum colocar defeito. Tudo isso ao mesmo tempo que o filme consegue contar uma história nova e que se diferencia de tudo que já vimos até agora na saga. Este é um filme de guerra no estilo mais puro. Com um primeiro ato formado por apresentar aquela realidade, onde os rebeldes nem sempre são os “bonzinhos”, mas onde tudo é pelo bem maior. Enquanto isso, o clímax é uma invasão tão bem apresentada que poucos filmes de guerra conseguiram fazer.

Continua depois da publicidade

Quem não é fã, ou que não lembra de tantos detalhes dos filmes anteriores (em especial o Episódio IV), o filme funciona, apesar de não ser nada tão espetacular. Mas para quem cresceu acompanhando o crescimento deste universo, serão 134 minutos com um sorriso no rosto. Não tem como não se emocionar a cada vez que Darth Vader aparece ou quando algum momento icônico é citado (a cena final é algo que ficará para sempre entre as melhores já feitas em toda a saga).

Mas nem tudo é perfeito nesta nova aventura. O roteiro em si é bem simples, nada muito elaborado (o que acaba sendo acobertado por todas as homenagens e “easter eggs” para os fãs), mas o que mais incomoda é a construção dos personagens. Diferente dos outros filmes, incluindo a trilogia nova e o Episódio VII, Rogue One não deve deixar nenhum personagem marcado para a posteridade.

A equipe principal tem grande nomes e personagens que divertem, em especial Chirrut Îmwe (Donnie Yen), que rouba a cena. Mas nenhum deles, e muito menos a protagonista Jyn Erso (Felicity Jones) têm grandes histórias ou um apelo forte com o público. O único que tem uma evolução maior durante o longa é Cassian Andor (Diego Luna), um rebelde que começa sem muitos detalhes e com um tom mais sombrio, mas que ganha força durante o filme.

Continua depois da publicidade

É inegável que Rogue One é focado nos fãs de Star Wars, mas nem por isso ele perde força ante os outros filmes da saga. Edwards consegue entregar um ótimo filme, com uma trama que mistura originalidade e homenagens sem desprezar quem for assistir algo deste universo pela primeira vez e sendo um deleite para todos os fãs. Enquanto o Episódio VII precisava ser original ao mesmo tempo que resgatava a trilogia original, foi só desta vez que conseguimos realmente ver isso no cinema.

Autor avatar
Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.