Marvel se supera e faz seu melhor filme com “Capitão América – Guerra Civil”

Estúdio consegue misturar intriga política com muita ação e comédia e mostra que sua fórmula de sucesso ainda consegue render frutos

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Se “Vingadores – A Era de Ultron” não conseguiu ser um bom filme – apesar da montanha de dinheiro que fez -, a Marvel conseguiu mostrar que ainda tem muito potencial no cinema com o ótimo “Homem-Formiga”, que, por outro lado, não conseguiu uma boa bilheteria. Mas é agora com “Capitão América – Guerra Civil” que o estúdio reuniu tudo e promete ser uma das maiores bilheterias de 2016.

Um dos maiores erros da segunda reunião dos Vingadores foi o excesso de destruição, o fato de acharem que quanto maior melhor, mas este novo filme – que chega aos cinemas dia 28 de abril – mostra que é possível reunir (quase) todos os heróis da Marvel em um filme e manter um nível sem exageros. A duração pode parecer exagerada (2h27), mas o trabalho dos irmãos Anthony e Joe Russo é primoroso.

Em “Capitão América – Soldado Invernal” a dupla já havia mostrado que sabia não só fazer um ótimo filme de intriga política, mas dirigir de forma perfeita as cenas de luta, seja as mais pessoais ou as de grande destruição. E em “Guerra Civil” a dupla consegue ser ainda melhor, com uma trama que evolui aos poucos, trabalhando na medida certa cada um dos personagens sem tornar o filme maçante. E mesmo com uma dúzia de heróis na tela, o Capitão América do título consegue se manter como o personagem principal – como o título sugere.

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A história gira em torno do acordo de Sokovia (aquele país destruído em “A Era de Ultron”), que obriga os super-heróis a se registrarem e trabalharem para o governo de forma a evitar mais destruições e mortes de inocentes. O problema é que o Homem de Ferro é a favor do acordo, enquanto o Capitão América se recusa a assinar o tratado. Aos poucos isso vai jogando os personagens uns contra os outros e vai criando uma batalha épica entre os grupos de heróis.

Apesar de parecer simples, a construção deste conflito é muito bem construída e tem no personagem do Soldado Invernal uma das principais figuras. Além disso, se já não bastasse a grande quantidade de heróis, “Guerra Civil” ainda tem o trabalho de introduzir duas novas figuras: Pantera Negra e o Homem-Aranha. O primeiro é muito mais trabalhado no filme e sua história faz total sentido dentro da trama. Para completar, o Pantera rouba a cena como um dos melhores personagens da produção.

Enquanto isso, os fãs que tanto aguardaram a volta do Homem-Aranha para a Marvel no cinema não vão se decepcionar. Com cerca de 30 minutos na tela, os irmãos Russo conseguiram não só fazer o melhor “cabeça de teia” do cinema, mas já abriram espaço para evitar a necessidade de recontarem toda a história dele (que seria a terceira vez). Tom Holland encarna o herói da melhor forma possível e traz toda a comédia do personagem e que nunca tivemos igual nas telonas.

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Sem ser necessariamente um problema, “Guerra Civil”, porém, se mostra como um filme de transição, onde a história é uma consequência dos atos vistos nos filmes anteriores da Marvel, mas também, no final, deixa aquela sensação de que os problemas não acabaram e que a partir de agora as coisas serão diferentes no Universo Marvel. Diferente da polêmica gerada com sua concorrente em “Batman v. Superman”, este Capitão América promete ser só elogios (e fazer um caminhão de dinheiro), indicando que a Marvel ainda consegue fazer coisas boas e que façam sucesso.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.