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SÃO PAULO – Apesar de ainda não ter conseguido se consolidar no cinema, a DC decidiu fazer uma grande aposta e levou para a telona um grupo de personagens que até então era pouco conhecido do público (assim como a Marvel fez com Guardiões da Galáxia), mas para fazer isso é preciso ter coragem. E a Warner não teve.
Esquadrão Suicida, que estreia nesta quinta-feira (4) no Brasil, é um filme que consegue divertir bastante, mas que claramente teve interferência do estúdio na produção e se tornou uma grande confusão. No fim, a sensação que fica é que o longa não achou um tom próprio e fica “mudando de velocidade”, o que deixa o espectador bastante desconfortável. E após a grande expectativa deixada pelos trailers e pela divulgação da produção, a saída do cinema acaba sendo em clima de frustração.
Para quem não sabe, Esquadrão Suicida é uma equipe de vilões dos quadrinhos da DC Comics. No longa, eles são reunidos para cumprir missões que apenas seres com superpoderes seriam capazes de conseguir, com o pensamento de “e se o Superman um dia se virar contra os humano?”. A ideia básica é: se eles cumprirem a missão, um perigo a menos na Terra, se eles morrerem em combate, um perigo a menos na Terra.
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No início deste ano o longa precisou passar por refilmagens e provavelmente nunca saberemos o que foi modificado da primeira versão do filme. Mas a primeira metade corrida e com cenas que parecem videoclipes apresentando os personagens, começa a deixar sinais de que foram feitas grandes mudanças no andamento do roteiro, o que afeta toda a continuidade da trama, já que a segunda parte muda completamente de tom e ritmo.
O filme está bem longe de ser ruim, mas acaba sendo mais um desperdício de poder da DC no cinema, que usou diversos personagens muito bons e não seu o merecido destaque para cada um. Como já era de se esperar, a Arlequina de Margot Robbie rouba completamente a cena e consegue sustentar as melhores cenas de todo o filme. Junto com ela, o único outro personagem que é explorado de forma mais profunda é o Pistoleiro (e não seria diferente já que o papel é de Will Smith), que apesar de ainda ficar meio raso, não chega a ser um problema e também ajuda a manter o filme.
A grande surpresa fica Viola Davis no papel de Amanda Waller, a responsável por unir a equipe de vilões. A atriz mantém seu alto nível e consegue entregar a personagem mais forte de todo o filme sem mesmo ter superpoderes. Todos os outros personagens, apesar de serem úteis para a equipe cumprir sua missão, acabam subaproveitados.
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Agora precisamos falar sobre o Coringa.
Jared Leto decidiu fazer um vilão completamente diferente do que já tinha sido feito no cinema. Desde a primeira vez que apareceu ele já causou controvérsia e com o lançamento do filme isso não irá mudar. O grande problema é que ele não tem tempo para mostrar o que realmente queria com sua versão do Palhaço do Crime.
Sua atuação é estranha, ele realmente parece um cafetão e não exatamente um psicopata, além da risada soar forçada em praticamente todas as vezes. Mesmo assim, Leto não tem chance de realmente representar o Coringa. O personagem aparece várias vezes durante todo o filme, mas nenhuma participação é longa o suficiente para que ele deixe uma marca.
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No fim, o público provavelmente vai odiar este Coringa, mas na verdade ele deveria apenas ser esquecido.
A ideia da Warner/DC de usar o Esquadrão Suicida foi ótima, a escolha dos personagens da equipe também e até mesmo os atores estão bem em seus papéis. Mas mais uma vez parece que o estúdio teve medo de fazer o diferente – fazer o que era preciso – para levar aquela equipe para o cinema. A diversão funciona, mas o filme… fica para o próximo.