‘Você vai ter de 4 a 6 carreiras ao longo da vida’, alerta CEO da Michael Page; o que é preciso fazer?

Ricardo Basaglia ressalta importância da flexibilidade e cita frase do Myke Tyson: 'Todo mundo tem um plano até tomar um soco na boca'

Lucas Sampaio

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O mundo está muito mais dinâmico, e as pessoas vão ter de quatro a seis carreiras ao longo da vida, alerta o CEO da Michael Page no Brasil, Ricardo Basaglia, ao falar sobre aqueles que estão pensando em fazer uma transição de carreira — um assunto cada vez mais procurado por um extrato da população.

“O mundo está muito mais dinâmico. Plano de carreira antigamente era um só. Os mais velhos aqui vão lembrar do Guia Quatro Rodas. Hoje está muito mais para um Waze. Vão ter muitos caminhos dinâmicos, e é isso o que faz a beleza da carreira”, afirmou Basaglia em participação na Expert XP, em São Paulo (para acompanhar as palestras online ou presencialmente acesse aqui).

O CEO da Michael Page no Brasil participou do painel “O que ninguém te contou sobre trabalho e propósito”, que também contou com a presença de Tiago Reis, fundador e CEO da Suno, e Giuliano Milan, consultor, palestrante e escritor. A conversa foi mediada por Karel Luketic e Betina Roxo, ambos da XP.

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Basaglia afirma que as pessoas vão ter de quatro a seis carreiras ao longo da vida. “As pessoas me perguntam: ‘Vou ter de fazer uma transição?’, e eu respondo: ‘Essa e provavelmente mais algumas’.”

Ele afirma que as habilidades procuradas também têm mudado ao longo do tempo. “O maior preditivo de sucesso era o QI [Quociente de Inteligência]. Depois falou-se muito do QE, o Quociente Emocional. Agora é o QA: Quociente de Adaptabilidade”.

‘Soco na boca’

Sobre a flexibilidade de se moldar diante dos cenários, o CEO da Michael Page cita uma frase do ex-boxeador Myke Tyson sobre planejar a carreira: “Todo mundo tem um plano até tomar um soco na boca”. “O desenvolvimento vem através da dor, do sofrimento”.

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Ele também ressaltou a necessidade das “soft skills” e falou que 99% dos conteúdos que geralmente são ensinados são de “hard skills”. “Menos de 1% é focado em soft skills. A gente aprendeu a aprender ‘hard skill’.”

O problema é maior porque, para aprender “soft skills”, primeiro é preciso querer: “Primeiro precisa querer aprender, e depois precisa colocar em prática. Além disso, ‘hard skill’ você aprende de fora para dentro e ‘soft skill’ você precisa aprender de dentro para fora”.

Pelo menos 5 anos

Basaglia diz que, “para qualquer transição de carreira, você vai precisar de um mapa” — e que esse mapa tem dois elementos: onde você está e para onde você quer ir. “Onde estou é o autoconhecimento. Não só no que você é bom e não é, mas também a sua motivação e o seu propósito”.

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Ele também alertou que as transições de carreira demoram para render frutos. “Vejo pessoas mudando de carreira a cada 12, 18 meses, mas em menos de cinco anos dificilmente você vai ver resultados”.

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Lucas Sampaio

Jornalista com 12 anos de experiência nos principais grupos de comunicação do Brasil (TV Globo, Folha, Estadão e Grupo Abril), em diversas funções (editor, repórter, produtor e redator) e editorias (economia, internacional, tecnologia, política e cidades). Graduado pela UFSC com intercâmbio na Universidade Nova de Lisboa.