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Entre o hype e as incertezas, a inteligência artificial (IA) provoca em boa parte dos profissionais o medo de perder o emprego, que potencialmente pode ser executado por um programa ou robô. Considerando que muitos especialistas entendem que a IA só vai evoluir daqui para frente, há muitas discussões sobre como é possível se adaptar profissionalmente a essa nova era.
E nesse contexto dois termos são comumemente utilizados em tom de orientação: reskilling e upskilling. O primeiro trata da requalificação em outra empresa ou cargo em função da extinção da profissão atual, enquanto que o segunda denota a atualização técnica e social que o profissional precisará fazer para se adaptar às novas demandas de mercado.
Amy Webb, futurista norte-americana fundadora e CEO do Future Today Institute (FTI), que investiga “riscos e oportunidades futuras”, entende que esses termos são inadequados ou insensíveis. “Acho a utilização de reskiliing e upskilling, muitas vezes, mal feita. A colocação dos termos faz parecer que seu ponto de conhecimento atual nunca vai ser o suficiente”, afirmou a executiva durante painel na Febraban Tech 2024, que aconteceu nesta quinta-feira (27).
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Webb entende que esse tipo de colocação pode desincentivar ou aprofundar o medo em relação à uma potencial perda de emprego. “A verdade é que essa discussão de IA no mundo do trabalho é sobre adicionar habilidades. Complementar conhecimentos que você tem. Não necessariamente você precisa de um upskilling, mas, certamente daqui para frente, você vai precisar trabalhar ao lado de tecnologias que são novas. Tudo está mudando. É sobre evolução das habilidades profissionais para um mundo em completa transformação”, afirmou a especialista durante o evento.
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Segundo estudo divulgado pela diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, cerca de 40% dos empregos do mundo serão impactados de alguma forma pelos efeitos da inteligência artificial (IA). Por isso, o profissional precisa abraçar essa transformação, reforça Webb.
Na visão da futurista, o mundo já está vivendo um “superciclo de tecnologia”, que promete mudar estruturalmente a sociedade, que será impactada radicalmente pelas inovações trazidas não só pela inteligência artificial, mas também por tecnologias IOT e biotecnologia.
“Nesse cenário, que pode durar anos ou décadas, vamos passar por altos e baixos e todos juntos. Não existe mais geração, X, Y ou Z. Somos a GenT, geração da transição. Todas essas gerações que estão convivendo hoje fazem parte dessa macrofotografia e vamos presenciar mudanças drásticas daqui para frente”, analisa.
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