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SÃO PAULO – A Igreja Universal do Reino de Deus de Belo Horizonte foi condenada a pagar R$ 25 mil de indenização por danos morais a um operador de som que foi agredido e chamado de “demônio” por um pastor durante um culto. A igreja chegou a recorrer da decisão do TST (Tribunal Superior do Trabalho), mas a condenação foi mantida.
De acordo com a reclamação trabalhista, os pastores se irritavam e “humilhavam” o operador publicamente pelo tratamento acústico das paredes do templo absorver o som e não retomar reverberação, necessária para impressionar os fiéis.
Junto a testemunhas o profissional afirmou que um dos pastores o chamava de incompetente durante o culto e, nos rituais de exorcismo, apontava o dedo em sua direção e dizia: “Ali está o demônio, ele que estraga tudo, é aquele rapaz ali em cima. Queima este demônio aí em cima, queima, queima ele, mande ele embora, pois ele é o demônio que está estragando a nossa reunião”. Além da agressão moral, o funcionário afirmou que um dos pastores o agrediu no nariz com um microfone.
Condenação
O juiz da 3ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte constatou a existência de dano moral e condenou a igreja ao pagamento de indenização no valor de R$ 50 mil. A instituição recorreu ao TRT alegando que o dano moral não foi configurado e que não havia prova de qualquer dano psíquico-emocional ao trabalhador. O TRT-MG manteve a condenação e reduziu o valor da indenização para R$ 25 mil.
Em voto acompanhado por unanimidade pelos ministros da Terceira Turma, o ministro Alberto Bresciani assinalou que, ao contrário do que sustentava a Universal, o Regional, por meio de prova testemunhal, constatou o sofrimento do empregado e o tratamento vexatório dispensado a ele no curso do contrato.
Procurada pelo Portal infoMoney, a Igreja Universal do Reino de Deus disse que discorda do teor da decisão do TST e que pretende recorrer.