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Os trabalhadores das Lojas Americanas estão fazendo uma manifestação nacional nesta sexta-feira (3) em defesa de seus direitos diante da crise que a empresa enfrenta após o rombo bilionário revelado no último mês. A manifestação está sendo organizada pelo Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro, mas conta com dirigentes e centrais sindicais de todo o Brasil.
A companhia, que entrou em recuperação judicial por conta de dívida superior a R$ 40 bilhões, é um dos maiores empregadores do país. Ao todo, são cerca de 45 mil trabalhadores diretos e cerca de 1.800 lojas físicas.
“Precisamos preservar os empregos e garantir os direitos desses trabalhadores e trabalhadoras. São milhares de pais e mães de famílias apreensivos pela situação do Grupo Americanas. […] Estamos com nosso departamento jurídico em ação para receber denúncias e tirar dúvidas que possam surgir. Caso seja constatada a fraude, é preciso punir os principais acionistas, porém garantindo a continuidade da empresa e dos empregos”, afirma Márcio Ayer, presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro e dirigente nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
No Rio de Janeiro, os atos vão começar na Rua do Passeio, 42, Cinelândia. Participarão da manifestação as seguintes entidades: Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Geral dos Trabalhadores (UGT), CTB, Força Sindical (FS), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Confederação dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs-CUT) e Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC).
Segundo o Sindicato dos Comerciários de SP, há atos acontecendo no Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte.
Veja fotos da manifestação no Rio de Janeiro nesta sexta:
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(Reprodução/Sindicato dos Comerciários de SP)
(Reprodução/Sindicato dos Comerciários de SP)
Sobre o imbróglio
As Lojas Americanas entraram com pedido de recuperação judicial em 19 de janeiro, depois da revelação de um rombo de mais de R$ 43 bilhões, somando incosistências contábeis e dívidas internas.
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Durante a recuperação judicial, os contratos de trabalho são mantidos e não necessariamente vão acontecer demissões. Os salários e verbas correntes devem ser pagas mensalmente pela empresa aos empregados. Apesar disso, advogados consultados pelo InfoMoney já haviam sinalizado que demissões podem acontecer diante da redução de custos e reestruturação.
Após a RJ, os sindicalistas do Rio entraram com uma Ação Civil Pública, na 8ª Vara do Trabalho de Brasília, com o pedido de execução do patrimônio pessoal dos acionistas de referência, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, para o pagamento de dívidas trabalhistas.
“A ação, independente do processamento da recuperação judicial, solicita que se desconsidere a personalidade jurídica da Americanas e responsabilize os acionistas de referência pela fraude contábil que se desenrolou durante anos na empresa e que inflou artificialmente não só o lucro, mas os dividendos distribuídos aos acionistas”, diz o comunicado do sindicato. A ação pleiteia o bloqueio do valor de R$ 1,53 bilhão na conta pessoal dos sócios majoritários para garantir que os trabalhadores possam receber sem demora seus créditos.
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Demissões
No último dia 30, as centrais sindicais unificadas fizeram uma reunião com o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, em São Paulo, para discutir o processo de recuperação judicial. Na conversa, foi reforçada a necessidade de garantia dos empregos e dos direitos dos milhares de trabalhadores diretos e de centenas de milhares de trabalhadores de toda a rede de fornecedores.
No dia seguinte, terça-feira (31), a União Geral dos Trabalhadores (UGT) e o Sindicato dos Comerciários de São Paulo confirmaram que a Americanas começou o processo de demissão no Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo. Cerca de 50 funcionários terceirizados foram desligados, segundo informações da CNN. As demissões aconteceram porque os contratos com parte das empresas terceirizadas com a Americanas tinham o término previsto para janeiro de 2023.
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