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SÃO PAULO – As famílias em Singapura estão dispostas a pagar milhares de dólares para que seus filhos consigam nota dez em todas as matérias e, consequentemente, garantam uma vaga nas melhores universidades do país.
Devido à demanda, surgiram os “super tutores”, professores particulares que dão aulas semanais específicas e cobram altas mensalidades por seus serviços. Um deles é Anthony Fok, que três anos após ter fundado a empresa JC Economics, está ganhando mais de US$ 1 milhão por ano. “Quando eu comecei em 2013, havia apenas três ou quatro alunos. As salas eram bem pequenas e eu conhecia cada um dos estudantes. Rapidamente, porém, comecei a ficar mais conhecido e hoje ensino entre 200 a 300 alunos por ano”, contou à TV americana CNBC.
Fok faz parte de um grupo de professores de elite que cobram altos preços por altas notas. Os pais, por sua vez, estão dispostos a pagar os exorbitantes valores na expectativa de que seus filhos consigam ter sucesso no competitivo sistema educacional do país. Com classes lotadas no período próximos aos exames, Fok conta que é possível encontrar pais dispostos a pagar mais de US$ 25 mil só para garantir uma vaga para seu filho.
Quando questionado a respeito do que faz Fok um “super tutor”, Tyle Tan, um de seus alunos, responde: “Para ser franco, ele entrega resultados. Os pais em Singapura visam muito essa habilidade e se encontram alguém que a tenha, farão de tudo para matricular seus filhos naquela aula”.
Outra tutora entrevistada pela CNBC é Janice Chuah, professora de matemática primária 1, que ensina crianças de no mínimo sete anos de idade. Tudo começou com apenas quatro estudantes, e mais tarde, em 2011, quando o negócio foi bem-sucedido, fundou a marca Concept Math. “Levamos mais dois anos para alcançarmos o nosso primeiro milhão”, conta. Hoje, ela possui cerca de mil alunos e irá abrir uma segunda unidade para atender à demanda.
Apesar do sucesso de seu negócio, Chuah se mostra otimista com as recentes reformas no sistema educacional de Singapura, de forma a evitar o foco excessivo na obtenção de resultados acadêmicos. “O Ministro da Educação introduziu uma forma mais abrangente de lidar com as crianças, para que o foco não fique somente nas notas, notas e mais notas, mas em uma educação integral e completa”, diz.
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O estudante Tyle Tan também levanta um ponto importante: “Se ninguém tem acesso a essas aulas, então é uma competição justa, mas agora, do jeito que está, aqueles que atendem as aulas especializadas possuem uma grande vantagem em comparação com aqueles que não podem pagar por essa educação extra”.