Por que ser corretor de imóveis atrai cada vez mais brasileiros?

Flexibilidade, autonomia e retorno financeiro são os principais fatores; conheça também os desafios da profissão

Jamille Niero

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A profissão de corretor de imóveis vem crescendo no Brasil. Dados da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) levantados pelo DataZAP, fonte de inteligência de dados do Grupo OLX, revelam que o número de agentes imobiliários cresceu 28% do primeiro trimestre de 2019 até o mesmo período deste ano, com destaque para o aumento da participação feminina.

Segundo a pesquisa “Raio-X de Corretores de Imóveis”, realizada pelo DataZAP, os principais fatores que motivam a entrada no setor são:

Embora não haja exigência de diploma para ser corretor de imóveis, a profissão é regulamentada por legislação (Lei 6.530/78) e o profissional precisa obter no CRECI (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) a autorização legal necessária para a atuação.

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Claudia Vieira, corretora há 30 anos, compartilha que foi inicialmente atraída pela remuneração, mas que seu encantamento pela profissão cresceu com as experiências práticas. “É uma satisfação ajudar nossos clientes a realizarem o sonho da casa própria”, conta a profissional.

Claudia levou uma parte da família para atuar junto a ela – os filhos Victor e Vinícius – que a acompanhavam nos atendimentos desde pequenos. “Quando decidiram seguir a carreira de corretores, os apoiei – como sempre farei – e me orgulho dos profissionais que se tornaram”, acrescenta Claudia.

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Para Diogo Souza Gomes, de uma imobiliária em Juiz de Fora (MG), a profissionalização é essencial. O corretor destaca que, apesar das barreiras de entrada serem relativamente baixas, a profissão exige estudo e atualização constante para se destacar. “A venda de imóveis é muito complexa e tem centenas de variáveis que podem ser decisivas em uma negociação além do simples valor”, afirma.

Hoje, aos 46 anos, ele é o responsável pela gestão do negócio familiar, fundado em 1980 pelo seu pai, que faleceu posteriormente, em 1994. Sua mãe, Norma, assumiu a liderança, e anos depois, Diogo, com apenas 15 anos na época, começou a trabalhar na imobiliária.

Oportunidades

Segundo os entrevistados, a carreira oferece oportunidades tanto para quem está começando quanto para profissionais mais experientes. Os corretores podem ainda se especializar em nichos específicos, como imóveis de luxo, programa Minha Casa, Minha Vida, lançamentos, locação, imóveis comerciais, fazendas, indústria e por aí vai.

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O impacto da tecnologia também é um fator relevante para quem quer seguir na carreira. Rafael Nader, VP de Imóveis do Grupo OLX, ressalta que a digitalização dos processos permite que os corretores se concentrem mais nas relações humanas, um aspecto crucial nas negociações imobiliárias.

“O mundo está mudando muito rápido e a exigência dos consumidores também, o que exige que corretor esteja preparado para usar as tecnologias corretas, conhecer muito bem os produtos e entender a dinâmica do nicho em que decidiu atuar, pois só assim conseguirá fidelizar uma base de clientes que, com o tempo, trarão os resultados esperados”, aponta Nader.

Outra dica dada pelo executivo a quem está começando na profissão é se filiar às imobiliárias. “Elas já têm a expertise do negócio e oferecem toda estrutura e reputação para que o profissional atue com mais eficiência”, explica.

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Desafios

No entanto, a carreira também traz desafios. Claudia menciona que, apesar da flexibilidade, a falta de segurança financeira e o esforço contínuo para captar clientes são desafios para quem atua de forma independente. Ela ressalta a importância de construir uma boa rede de contatos e manter a empatia tanto com vendedores quanto compradores.

O faturamento de um corretor pode ser outro desafio, já que depende muito do mercado que ele está inserido. “Quanto mais especialista no seu nicho, mais bem estruturado em relação à processos e bom uso de um CRM [Customer Relationship Management, conjunto de práticas e tecnologias para relacionamento com o cliente] para organização dessa jornada do consumidor, mais chances o corretor tem de bons ganhos nessa profissão”, destaca Diogo.

Nader observa que a profissão requer mais do que determinação e habilidade em negociar e vender – os clientes contam com o conhecimento do corretor sobre os trâmites legais. Outra pesquisa do Grupo OLX apurou que na hora de contratar um corretor de imóveis, 45% dos entrevistados esperam receber suporte na parte burocrática e de documentação do processo.

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Jamille Niero

Jornalista especializada no mercado de seguros, previdência complementar, capitalização e saúde suplementar, com passagem por mídia segmentada e comunicação corporativa