Publicidade
São Paulo – Em um grupo de 110 estudantes selecionados pela Universidade de Stanford, Califórnia, a maioria admitiu ter mudado as palavras em dissertações acadêmicas para parecer mais inteligentes. Entretanto, a pesquisa sugere que o uso de palavras grandes quando eles não são realmente necessárias é uma receita para o desastre, pois as pessoas geralmente reconhecem autores que usam uma linguagem mais simples como mais inteligente.
Liderado pelo PhD Daniel M. Oppenheimer, o estudo tentou com uma série de experimentos provar este fenômeno. Em um desses testes, os pesquisadores selecionaram uma dissertação sociológica abstrata, com muitas palavras longas e criou uma versão simplificada, substituindo cada palavra de nove ou mais letras com seu sinônimo mais curto. Em seguida, eles pediram aos graduandos para ler a dissertação e avaliar a inteligência do autor e a dificuldade para entender o texto.
Os resultados mostraram que a versão simplificada foi considerada mais atraente e seu autor foi avaliado como mais inteligente. Curiosamente, outro experimento descobriu que mesmo pensadores famosos são vistos como mais inteligentes quando a sua escrita é mais simples.
O grupo foi dividido em dois, uma metade leu uma versão mais complexa e a outra uma simplificada de uma passagem do texto “Meditação IV”, do filósofo francês René Descartes. A maioria continuou a considerar mais inteligente o autor da versão mais fácil, até mesmo sabendo que ambos tinham sido escritos por Descartes.
O senso comum sugere que quanto maior seu vocabulário maior sua inteligência. Mas, nesse caso, a ciência mostra que é melhor você não tentar parecer erudito. Se apenas uma palavra captura totalmente aquilo que você deseja falar, use-a. Porém, se você pode articular seus pensamentos de uma forma mais simples, não há necessidade de folhear o dicionário de sinônimos.