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Perdi em 1 dia o que ganhei em 40 pregões; daí, decidi operar por robô, conta trader

Danilo Leandro faz trade há quase 10 anos só com automação; seu operacional virou referência no mercado financeiro

Augusto Diniz

Conteúdo XP

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Quando via a movimentação em frente à Bolsa, no centro de São Paulo, Danilo Leandro lembra que aquilo aguçava sua curiosidade sobre o que acontecia no mercado financeiro. Ele ainda trabalhava como office boy e caminhava bastante por ali, entregando correspondências e retirando encomendas.

Em 2003, finalmente se formou em engenharia elétrica, mas continuou trabalhando no centro da cidade, agora na área de tecnologia de uma multinacional. Mesmo assim, seguia observando o movimento em frente ao prédio da bolsa brasileira, que sempre o deixava fascinado.

Day trade no home broker

“Em 2007, comecei a buscar na internet informação sobre o mercado financeiro. E fui fazer minhas primeiras operações (com ações). Só tinha acesso pelo home broker. Não tinha nem muito acesso a gráficos”, recorda.

“No começo, perdia. Iniciei as coisas sem muita instrução. Não tinha material disponível na internet. As informações de trade que consegui na época era de fora do Brasil”, explica.

Havia outra questão também. Como trabalhava numa empresa na área de tecnologia em regime integral, não conseguia ficar de frente do computador o tempo todo para entender os meandros do mercado financeiro.

“Comecei fazendo day trade, mas não deu muito certo. E então me adaptei ao swing trade. Não podia ficar na frente da tela o tempo todo. Só que não conseguia ter ganhos muito expressivos. Tinha visto que não havia consistência. Sempre tinha a esperança de voltar ao day trade, ter tempo para isso”, afirma.

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Do céu ao inferno

Em 2014, decidiu voltar ao day trade, conciliando com o seu então emprego. “Até ali, já tinha estudado muito, feito vários cursos”, diz. No início de 2015, ele vinha se adaptando bem com as duas atividades, com bons resultados no mercado financeiro.

“Estava conseguindo ganhar bem. Vinha batendo recordes consecutivos no pregão, só ganhando”, conta. Danilo lembra que faltava pouco para bater a meta, mas depois de um longo período de ganhos, o dia foi de perda.

“Não queria parar, para poder bater a meta do dia. Mas entrei em parafuso, no famoso ‘dia de fúria‘, e perdi mais do que devia e o que havia feito até aquele momento”, relata.

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“Foram mais de 40 dias ganhando em todos os pregões. Foi o meu recorde. Aproveitei bem aquela oportunidade. Mas meu emocional afetou. Tentei me provar que podia ir melhor e me dei mal”

“Perdi o que ganhei em 40 pregões e mais um pouco. Se não me engano perdi num dia uns R$ 30 mil”, ressalta ele, complementando que para o seu patamar da época era muita coisa.

Tudo perdido em semanas de trabalho

“Já tive perdas maiores depois. Mas este foi emocionalmente impactante porque devolvi depois de mais de um mês ganhando. Isso não me quebrou porque tinha a ideia de deixar um capital específico para o day trade. O que me machucou foi porque foi difícil, semanas após semanas trabalhando, conquistando passo a passo, e em um único dia devolvi tudo”, conta.

O baque da perda depois de tantos dias vencendo o mercado foi tão grande que quando sua esposa chegou no final do dia em casa, o encontrou desolado.

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“A gente tinha uma viagem para fazer no dia seguinte. Eu disse que não iria mais. Expliquei o que tinha acontecido, mas a minha mulher insistiu para que saíssemos. No fim, fomos viajar, mas com a missão de encontrar algum caminho”, recorda.

Robôs no lugar do emocional

“Naquele tempo, já tinha bastante experiência com automação (por conta do trabalho na multinacional). Então resolvi buscar algum sistema que permitisse ler a tela e tomar decisões de forma automatizada”, diz.

“Entendi que se não tirasse o emocional do meu operacional, seria difícil conseguir me manter consistente no mercado. Por isso que busquei a automação”, explica.

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No próprio ano de 2015, passou a criar robôs, numa época que não se falava muito nisso, e desde então só faz day trade e swing trade por meio de automação. Em junho de 2016, saiu do emprego e passou a se dedicar integralmente ao trade. “Se não tivesse passado para automação, não estaria mais no mercado”, reconhece.

Saiba mais sobre robôs trader

No ano passado, começou a falar por meio de vídeo na internet sobre automação. “De lá para cá a gente vem assistindo um movimento crescente dos robôs para pessoa física”, destaca. “Antigamente, só as grandes instituições tinham acessos às plataformas automatizadas”, acrescenta.

Operações automatizadas têm várias vantagens. A gente consegue validar uma estatística antes de fazer uma operação, a gente consegue colocar várias estratégias para rodar simultaneamente”, aponta.

Enorme potencial

“Hoje, as pessoas têm facilidade, mas vejo não usarem as ferramentas disponíveis corretamente, como para validar setup (identificar oportunidades de compra e venda de ativos)”, ressalta.

Para o trader, o ponto mais importante para quem faz operações manuais ou automatizadas é o gerenciamento de risco. “Diversificar o seu risco em diferentes estratégias com robôs é benéfico. São estratégias não correlacionadas, que no somatório dos resultados desses robôs vai fazer com que aumente a possibilidade de ganho”, ensina.

Danilo Leandro cita que a criação de carteiras automatizadas “muda o jogo” para melhor no trade. “O robô vai seguir à risca seu gerenciamento de risco”, lembra.

O trader é influencer da XP desde julho desse ano. Ele tem hoje um dos maiores grupos de mentoria de estratégia de automação no trade do Brasil. “Lá fora, os robôs no trade estão bem evoluídos. Agora, é a vez do Brasil”, afirma.