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SÃO PAULO – Para Maria Silvia Bastos Marques, presidente do conselho consultivo do Goldman Sachs no Brasil, a reforma da previdência, sozinha, não salva o país. “As reformas microeconômicas, como a reforma trabalhista no governo Temer, são tão ou até mais importante que as reformas macro, porque são elas que melhoram o ambiente de negócios, que tem que ser a prioridade”, diz.
A executiva esteve em evento na Casa do Saber em São Paulo, mediado por Pierre Moreau, Sócio-fundador da Moreau Advogados, e José Márcio Rego, doutor em economia pela FGV.
Segundo ela, o país só vai melhorar quando conseguir aumentar a produtividade e, portanto gerar empregos. E isso só é possível se existir um ambiente favorável aos negócios. “Eu estou otimista, mesmo considerando os riscos, temos uma janela de oportunidade muito concreta para tentar mudar as coisas de verdade”, complementa.
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O currículo extenso de Marques inclui mestrado e doutorado em economia pela FGV-RJ. Ela foi secretária municipal de Fazenda do Rio de Janeiro, presidente do BNDES, da siderúrgica CSN, da seguradora Icatu Seguros e da Empresa Olímpica Municipal.
Do alto de sua experiência, ela tem boas perspectivas para o país. “O Brasil precisava de uma visão tão firmemente defendida de economia de mercado”, diz, em referência ao governo empossado neste ano. “Só lembro de algo assim no governo Collor, que teve muitos erros, mas acertos importantes”, aponta.
Entre os acertos de Collor, ela diz que a abertura da economia “foi muito importante para os nossos consumidores terem produtos melhores, para as indústrias ficarem mais competitivas, o processo de privatizações fortaleceu a bolsa de valores, entre outras coisas”.
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Mas agora há um senso de urgência que não existia naquela época. “Hoje, até pela crise que passamos, realmente precisamos enfrentar nossas questões, não dá para empurrar mais. O que era importante, se tornou urgente”.
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Durante a palestra, ela disse achar crucial que as privatizações se concretizem, porque a solidez fiscal do país foi “destruída”. “Sem solidez fiscal não teremos crescimento sustentável”, defende a executiva. “E esse crescimento vai vir de investimento privado”.
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Ela diz que o exterior tem dinheiro disponível e o Brasil tem “a possibilidade de estabelecer um pipeline concreto de projetos de infraestrutura que nenhum outro país tem condições de fazer”, diz.
Previdência
Maria Silvia acredita na necessidade da reforma previdenciária “não só pelas contas fiscais, um aprendizado do governo Temer, mas porque [a previdência social] é um sistema injusto”.
“Vivemos no Brasil um sistema regressivo de transferência de dinheiro das classes menos favorecidas para as mais favorecidas em todos os pontos”, diz. “A crise do governo federal está colocando uma série de questões a descoberto e é hora de começar a agir”.
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