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SÃO PAULO – Defender uma convicção política no Twitter e opinar contrariamente no Orkut, manter uma experiência profissional como vigente no Linkedin e divulgar outro emprego como o atual no Facebook. Afinal, qual é o limite para ter informações desencontradas ou com falta de alinhamento entre as suas redes sociais? Existe uma obrigação de manter uma padronização de informações de perfis, opiniões, convicções entre as diferentes redes sociais? Os recrutadores atentam para isso?
Segundo o consultor em Recursos Humanos e transição de carreiras da DBM, Rogério Sepa, a resposta a esse questionamento é subjetiva. “Esse é um dos grandes dilemas existentes hoje, a mistura do lado pessoal e do profissional nas redes sociais. Na maioria das redes sociais, excetuando-se o Linkedin, o uso é majoritariamente pessoal, então o que deve-se evitar em todas as redes sociais é ter comunidades, redes e comentários que sejam preconceituosos, falem mal ou façam referências negativas a empregadores”, recomenda.
Diferenças
Segundo o especialista, não há problemas no fato de o profissional possuir contradições partidárias, comentários sobre futebol ou brincadeiras em seus perfis no Orkut, Twitter e Facebook. “Tudo depende da intensidade com que determinado é assunto é tratado, o quanto ele interfere de forma direta na atuação de um profissional, aí existe o risco de um recrutador ter alguma ressalva”, analisa Sepa.
Segundo o consultor, antes de sair colocando conteúdo, criando perfis e pensando em fórmulas para as redes sociais, os profissionais devem se perguntar: “como eu gostaria de ser encontrado?”. “É a partir desse momento que você define que conteúdo você quer inserir, que palavras chaves você vai usar”, analisa.
Para Sepa, essa realidade é muito mais clara no Linkedin, rede social voltada justamente para o mundo corporativo. “Nessa rede, o uso de palavras chaves é imprescindível. No nosso trabalho de orientação a profissionais em transição de carreiras, orientamos a construção de um perfil que diferencie o profissional, traga uma grande carga de informações sobre sua formação, atuação e conteúdo”.
Outras redes
Mesmo assim, a recomendação do especialista é que os profissionais não foquem somente no Linkedin. “Muitos dos recrutadores não adotam Facebook e Twitter como referência para triagem e seleção, mas utilizam como acréscimo para consulta em referências, histórico e perfil”, analisa Sepa.
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Nem por isso o consultor indica que o profissional deve transformar sua gama de redes sociais em meras plataformas rígidas de divulgação de conteúdo corporativo. Isso pode, inclusive, soar como “artificialização” das redes, já que elas deixarão de representar a essência de cada um para construir espécies de modelos padronizados. O que deve imperar mesmo, recomenda o profissional, é o bom senso.
“Os departamentos de Recursos Humanos e os recrutadores tendem a ser mais brandos com relação a análise de conteúdo compartilhado nas redes sociais, excetuando-se o próprio Linkedin, que tem um propósito corporativo. Não há nenhum mal em abordar qualquer assunto, desde que sua opinião, ideia, comentário não tenha nenhum tipo de impacto ou cause algum problema direta ou indiretamente a sua realidade profissional, e isso, sim, sempre deve ser lembrado, em qualquer rede social”.
E não ter nenhuma rede social para evitar qualquer tipo de problema é uma solução? “Depende”, avalia Sepa. Alguns profissionais, temerosos pelo uso indevido de suas informações, fazem essa opção, mas, segundo o especialista, não participar das redes sociais é uma escolha de poucos atualmente. “É importante que antes de tomar uma decisão sobre estar ou não nas redes sociais, esse profissional tenha pleno conhecimento de todas as potencialidades e possibilidades oferecidas. Hoje, entre os executivos que passam por aqui [DBM], não chega a 5% os que optam por não ter um perfil no Linkedin”, acrescenta Sepa.