Maioria dos líderes desmotiva seus funcionários, revela pesquisa

Cerca de 50% dos líderes mundiais criam climas desmotivadores; no Brasil, o índice sobe para 63%

Luiza Belloni Veronesi

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SÃO PAULO – Uma pesquisa da Universidade de Harvard revela que os gestores podem fazer uso de até seis estilos de liderança para obter melhores resultados nas empresas e motivar seus funcionários. No entanto, a maioria dos líderes mundiais emprega a liderança “coercitiva”, exatamente a que mais desmotiva seus funcionários, informou uma pesquisa da consultoria global Hay Group.

Apesar da boa liderança ser sinônimo de flexibilidade com abordagens adaptáveis às diferentes situações, apenas um terço, ou 36%, dos líderes não dominam nenhum ou apenas um estilo de liderança, que se dividem em: coercitivo, dirigente, afetivo, democrático, modelador e treinador.

“O comportamento do líder é o principal fator que influencia o trabalho em equipe. A boa liderança tem o poder de energizar, envolver e motivar o pessoal para entregar os melhores resultados. Por outro lado, uma liderança pobre cria um ambiente desmotivador ao longo do tempo e gera turnover e faltas frequentes”, explica a gerente e Líder da Prática de Liderança para América Latina do Hay Group, Glaucy Bocci.

Entre os 95 mil líderes de 49 países, cerca de 50% criam climas desmotivadores contra 19% que promovem locais de trabalho de alto desempenho. Já no Brasil, onde foram entrevistados mais de 3 mil gestores, 63% criam um clima desmotivador contra 12% que criam climas que motivam os colaboradores.

Líderes do EMEA (Europa, Oriente Médio e África) são os menos flexíveis, com apenas um em cada cinco (22%) capaz de usar quatro ou mais estilos de liderança recomendados. Consequentemente, 57% estão criando climas desmotivadores.

Na Ásia, dois terços (66%) criam climas desmotivadores – o pior desempenho de todo o mundo – onde apenas 24% dominam quatro ou mais estilos. Já os líderes norte-americanos são os que criam os ambientes de trabalho mais positivos: menos da metade dos colaboradores (49%) apontam que o clima organizacional é desmotivador.

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Segundo Glaucy, em um momento em que as organizações de todo o mundo estão buscando melhora de desempenho “é preocupante o fato de que poucos líderes estão criando climas favoráveis.”

Estilos de liderança
De acordo com a Universidade de Harvard, os seis estilos de liderança são descritos como:

Coercitivo: são os líderes que dizem à equipe o que fazer, são vigilantes e tendem a criticar o que está sendo feito errado, sem elogiar o que está sendo feito corretamente.

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Dirigente: é o líder com foco e visão a longo prazo e que garante que todos estejam motivados. Os líderes dirigentes conquistam as pessoas e criam um clima positivo que motiva que a equipe dê o seu melhor.

Afetivo: é o líder que se esforça para criar harmonia dentro da equipe, dando mais atenção às pessoas que às tarefas. Eles creditam que tratando bem os colaboradores serão recompensados com lealdade e alto desempenho.

Democrático: o líder democrático quer obter o melhor de sua equipe com decisões e responsabilidades partilhadas. Para alcançar o compromisso e o consenso, os líderes democráticos envolvem os membros da equipe nos processos de tomada de decisões.

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Modelador: é o líder que acredita que sua forma de realizar o trabalho é sempre a melhor. Por isso, dá instruções detalhadas para ajudar os membros da equipe a realizar tarefas e espera resultados de grande excelência.

Treinador: O líder treinador investe tempo para entender os pontos fortes e fracos dos indivíduos e trabalha com eles para alcançar seus objetivos de desenvolvimento pessoal. O estilo se concentra na construção de capacidade a longo prazo, mesmo em detrimento do desempenho de curto prazo.

No Brasil, 59% dos líderes se descreveram como coercitivos, 45% dirigentes, 48% afetivos, 55% democráticos, 22% modeladores e 50% treinadores, sendo que os líderes adotaram mais de um estilo.