Google demite engenheira que criou ferramenta de alerta sobre direitos trabalhistas

Kathryn Spiers entrou com uma reclamação contra o Google no Conselho Nacional de Relações Trabalhistas alegando que a demissão foi injusta

Allan Gavioli

(Shutterstock)
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SÃO PAULO – Kathryn Spiers, uma ex-engenheira de computação da Google, foi demitida na semana passada após modificar, sem autorização prévia, uma ferramenta interna nos servidores da empresa para enviar mensagens informando sobre os direitos trabalhistas dos funcionários.

A ferramenta servia, a princípio, para disparar informações sobre a segurança interna da companhia e era uma extensão do Google Chrome exclusiva para funcionários da empresa.

Após a modificação feita por Kathryn, o mecanismo começou, através de pop-ups, a enviar mensagens sobre quais são e como funcionam os direitos trabalhistas dos funcionários. Também chamava atenção para a declaração do Google de que empregados podem se organizar em coletivos para discutirem diversas questões laborais sem sofrer represálias.

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Tais direitos foram publicados pelo Google em setembro por determinação de um órgão governamental, que obrigou a companhia a informar seus funcionários sobre direitos laborais.

“O Google não é uma companhia tradicional, colocar um cartaz com a nota na cafeteria não é nem de longe uma maneira efetiva de notificar seus funcionários”, afirmou Kathryn em entrevista ao Business Insider.

O alerta feito por Kathryn aparecia assim que os funcionários visitassem a página sobre a política interna do Google ou o site de uma empresa não identificada envolvida em tentativas de enfraquecimento de sindicatos.

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A funcionária, que trabalhava na parte de segurança da informação da empresa, foi suspensa horas após a modificação ter sido descoberta e demitida na última sexta-feira (13).

Reação da funcionária e posicionamento do Google

Na última segunda-feira (16), Kathryn entrou com uma reclamação contra o Google no Conselho Nacional de Relações Trabalhistas dos Estados Unidos (NLRB, na sigla em inglês) alegando que a demissão foi injusta e arbitrária.

A engenheira alega que tinha plena autoridade para usar o sistema interno para alertar os funcionários sobre as políticas internas da empresa e que não esperava ser demitida por isso.

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Segundo a empresa, a funcionária foi demitida não por conta do teor da mensagem, mas sim por alterar sem autorização uma ferramenta interna da companhia, o que fere diretamente as políticas do Google.

“A questão aqui é que uma engenheira de segurança usou de maneira indevida uma ferramenta de segurança e privacidade para criar um pop-up que não era sobre segurança ou privacidade”, afirmou uma porta-voz do Google em entrevista à Reuters. “Esta pessoa fez isso sem autorização e sem justificativa do ponto de vista de negócios.”

Quinta funcionária demitida em menos de 30 dias

Em novembro, o Google demitiu quatro funcionários por violarem suas políticas de segurança de dados. Eles alegam que foram retaliados por tentar organizar trabalhadores. Mesma alegação que Kathryn fez ao NLRB.

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O Trabalhadores de Comunicações da América (CWA, na sigla em inglês), um grupo sindical dos Estados Unidos, encaminhou uma queixa ao NLBR sobre as cinco demissões consideradas arbitrárias.

Segundo a entidade sindical, a demissão dos funcionários foi ilegal porque teve como objetivo principal impedir os funcionários de reivindicarem seu direito de participarem de atividades organizadas e coletivos trabalhistas.

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Allan Gavioli

Estagiário de finanças do InfoMoney, totalmente apaixonado por tecnologia, inovação e comunicação.