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SÃO PAULO – Um estudo conduzido pelas consultorias LAB SSJ e Clave perguntou a dois mil profissionais quais eram seus principais medos ao conquistar uma vaga de gestão. Entre as mulheres, assumir mais riscos e lidar com conflitos são as novas atribuições que mais lhes afligem. Já os homens, aprender rápido é o principal desafio de um líder.
De acordo com a pesquisa, ter de assumir mais riscos é um problema para 56,2% das mulheres, enquanto 49,9% dos homens compartilham deste medo. “Mulheres em sua primeira gestão parecem mais propensas a temer o risco de assumir sozinhas as consequências de suas ideias e ações do que os homens em sua experiência inicial como gestores”, ressaltou o estudo.
Outro medo entre os gestores novatos é saber lidar com conflitos. Neste quesito, as mulheres também mostraram temer mais que os homens, com 69%, contra 64,9%.
Com uma diferença de 8,5 pontos percentuais entre os gêneros, aprender rápido, como um desafio atual, é a principal preocupação de homens gestores (33,3%), em comparação às respostas das mulheres gestoras (24,8%) sobre o mesmo desafio. “A agilidade em aprender se configura como algo mais crítico para os homens, colocando o gênero feminino em vantagem quanto a essa habilidade valiosa no contexto atual de negócios, em mudança constante.”
Para o CEO do LAB SSJ, Alexandre Santille, em um cenário de escassez de talentos cada vez mais intenso, “é preciso aproveitar as mulheres em seu pleno potencial, desde sua primeira experiência de gestão e pensar em ações que facilitem a igualdade de oportunidades a elas, aumentando também sua influência nas organizações.”
Educação versus liderança
Apesar das mulheres estudarem por mais tempo e iniciarem a carreira em maior número do que os homens, elas ocupam menos posições de liderança. Segundo a pesquisa, isso ocorre porque a força de trabalho feminina diminui ao longo do tempo, diferente dos homens.
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Enquanto 54,9% das mulheres têm pós-graduação, 48,9% dos homens possuem a qualificação. Ela pode influenciar a escolha de gestores novatos, na qual há uma maior presença de mulheres (44,7%) do que de homens (32,3%). Mas entre gestores experientes, ocorre o inverso: 67,7% de homens contra 55,3% de mulheres.
O estudo ainda mostra que, em relação às oportunidades de carreira e sucessão, as mulheres (12,5%) recebem menos apoio formal das organizações que os homens (18,7%), inclusive quanto ao treinamento e desenvolvimento de novas habilidades.
Homens e mulheres ainda escolhem áreas de formação tradicionalmente associadas ao esteriótipo de gênero. Enquanto exatas apresenta maior participação masculina, com 43,5% contra 15,8% de feminina, em biológicas e humanas, ocorre o contrário, com uma porcentagem maior de mulheres em ambas.
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Já em humanas, há uma diferença de 24,9 pontos percentuais: as mulheres são maioria nessa área, com 79%, contra 54,1% de homens.