Férias na CLT: Benefícios e regras despertam dúvidas em 41% dos brasileiros

Pesquisa aponta dificuldade dos trabalhadores em entender cálculo de abono de férias, adiantamento de pagamento e venda de parte dos dias

Janize Colaço

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Apesar de as férias remuneradas serem um direito garantido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) no Brasil, 41% dos brasileiros ainda têm dúvidas sobre os benefícios e regras envolvidas nesse período. Uma pesquisa da plataforma Onlinecurriculo mostra que o cálculo de abono, o adiantamento de pagamento e a venda de parte dos dias de descanso seguem pouco claras para os trabalhadores, causando dúvidas e dificultando a organização financeira e o planejamento pessoal.

Segundo Amanda Augustine, especialista em carreiras da Onlinecurriculo, a falta de informação pode interferir diretamente no bem-estar do trabalhador. “É importante que a comunicação entre empregador e empregado seja clara e efetiva, para que ruídos não se tornem recorrentes.”

A pesquisa, que ouviu 500 pessoas pelo Brasil, mostra que muitos não compreendem plenamente a possibilidade de vender parte das férias ou de dividir o período. Além disso, quase 25% enfrentam dificuldades para entender como funcionam a escolha e a duração do descanso. Confira abaixo as principais dúvidas trabalhistas sobre as férias.

Muitos brasileiros encontram obstáculos no planejamento financeiro das férias e possíveis despesas. A pesquisa mostra que 18% utilizam o 13º salário para custear atividades de lazer no período de descanso, enquanto 16% optam pelo adiantamento salarial e 13% pela venda de parte das férias. Em casos mais extremos, 9% recorrem a empréstimos e ao crédito pessoal — o que pode comprometer o orçamento pós-férias.

Dificuldades ao voltar das férias

O levantamento revela que uma das maiores dificuldades em relação às férias é a retomada do ritmo após o descanso. Para 42% dos entrevistados, voltar às atividades diárias representa um desafio significativo, mostrando a importância de uma volta gradual para que produtividade e concentração sejam recuperadas.

Além disso, 32% disseram ter dificuldades na negociação com superiores e colegas sobre datas e duração das férias. Segundo a plataforma, isso evidencia a necessidade de políticas empresariais mais flexíveis e compreensivas.

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Augustine reforça que esses desafios refletem não apenas a cultura empresarial, mas também um componente interno dos próprios trabalhadores, que por vezes têm dificuldade em se desconectar do trabalho. “É fundamental que as empresas incentivem uma desconexão total para que o funcionário possa realmente aproveitar seu tempo de descanso e retornar revigorado”, diz.

Segundo ela, o apoio das organizações é essencial, mas ainda há muito a ser feito nesse sentido. Embora 53% dos trabalhadores afirmem receber incentivo para tirar férias, quase metade (46%) relatam apoio parcial ou inexistente, com dificuldades como pressão para estarem sempre disponíveis e pouca flexibilidade nas escolhas de datas.