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Ela enfrentou desafios maiores como mulher e mãe do que quando foi para o trade

Ela encarou uma separação grávida e já com uma filha; depois superou outros desafios para se tornar uma trader vencedora

Augusto Diniz

Conteúdo XP

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Mari Damaceno trabalhava na área administrativa e financeira da firma de tecnologia do pai quando, em 2019, resolveu fazer um curso de trade, algo que apenas conhecia de nome. A partir daí, mergulhou nesse universo.

Dois anos depois, ela lembra que começou a ganhar consistência nas suas operações. Em 2022, já estava bem desenvolta na atividade. Hoje, com 38 anos, Mari Damaceno é influenciadora da Modal, corretora do grupo XP, e possui o Certificado Nacional do Profissional de Investimento (CNPI).

O IM Trader contou esse seu lado de desenvolvimento profissional. No programa Mapa Mental, do canal GainCast, ela relatou o quanto foi difícil a vida de mulher e mãe e o que aprendeu com isso.

Filhos e separação

A trader teve uma filha aos 28 anos de idade. Quando a menina tinha pouco mais de um ano, Mari Damaceno engravidou de um menino, mas antes de ele nascer, separou-se do marido depois de uma década de casamento.

“A emoção que sinto ao pensar isso não é uma dor, mas orgulho do processo. Quando ele nasceu, ela tinha 2 anos e 1 mês. Ele foi um bebê que deu muito trabalho”, conta ela em lágrimas.

“Quando me separei, meu pai sugeriu voltar para casa porque teria ajuda. Mas disse não. Eu sei que não estou sozinha, mas essas são as consequências das escolhas que fiz. Queria manter minha independência. Não sabia como, mas queria conseguir”, lembra.

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“Isso me emociona porque lembro claramente que muitas vezes estava sozinha em casa com o filho. Ele dava muito trabalho, não dormia à noite. Minha filha, com 2 anos na época, falou uma vez: ‘Mãe, isso vai passar, você vai conseguir’”, recorda.

O impensável

Mari Damaceno relata que os dois primeiros anos de vida do filho foram “inacreditáveis”. “Foi a sensação de estar de madrugada precisando ir ao banheiro, mas não tinha com quem dividir o colo. Vivi o impensável. E não vivi bem. Eu sentava e chorava”, relembra.

Aos poucos, foi deixando de “sobreviver”, como costuma falar, para viver. “Uma das frases que mais falo no mercado, e disse para Wiliam (seu atual companheiro e também trader) no dia em que o conheci: no trade, principalmente para quem está aprendendo, não é sobre resultado, mas sobreviver com resultado”, conta.

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“Foi isso que vivi nos dois anos de vida com os meus filhos. Não consegui ser uma boa profissional, ser uma mulher plena – aliás, foi o que me piorou muito –, não consegui ser uma boa amiga. Só foquei em sobreviver”, acrescenta.

Para superar as dificuldades, entrou no processo de resolver uma coisa de cada vez. “Muitas mulheres me perguntam hoje como equilibrar todas as coisas. Eu falo que tem que ter clareza sobre quais são seus pratinhos (suas tarefas do dia a dia) que podem cair”, diz. Uma de suas prioridades são seus filhos. “Então, é senso de prioridade e reduzir a regra do perfeccionismo”, diz.

Luta contra o peso

Mari afirma que não se considerava disciplinada. “Briguei a vida inteira com a balança. Eu tinha 105 quilos na época. Estava fazendo os exames para realizar uma bariátrica. Precisava cuidar de mim. Mas tinha muito medo da cirurgia por causa de meus filhos”, conta.

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Ela então começou a procurar ajuda para emagrecer, como nutricionista, personal trainer e terapia, que já fazia. “Demorei bastante para os exames (da cirurgia bariátrica) por causa do medo. Nesse tempo perdi 10 quilos”, recorda.

No fim, Mari Damaceno havia perdido 35 quilos sem fazer bariátrica – a previsão com a cirurgia era de perder 30 quilos. “Trade tem tudo a ver com isso. Estava tão decidida que o mercado ia dar certo para mim, que isso também foi um motivador para olhar para esse processo”, conta.

“O primeiro ano do meu filho me doeu muito. O pessoal fala que no trade se está sempre desconfortável. Eu enfrentei tudo muito maior antes de vir para o trade. Então, quando fui para o trade, ser possível era ok”, afirma.

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“Lidei com situações tão difíceis, como estar ali com um bebezinho que chorava. Então, senti desespero com coisas que não podia fazer nada. Isso deixa na gente uma casca. Foi o desafio maior da minha vida, sem dúvida”, diz ela, dizendo que depois de tudo, estava preparada para qualquer coisa que viesse depois, inclusive o trade.