Disney vai suspender salários de mais de 100 mil empregados devido ao coronavírus

A empresa continuará a fornecer benefícios completos de assistência médica para os funcionários afetados pela medida

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – A Walt Disney planeja parar de pagar mais de 100 mil funcionários nesta semana, em seus esforços para economizar mais dinheiro, à medida que o bloqueio por conta do coronavírus ou Covid-19 continua, segundo informações do Financial Times. A maioria dos trabalhadores afetados trabalha diariamente nos parques temáticos.

Os funcionários colocados em licença não-remunerada são orientados a buscar benefícios estatais, mas a Disney continuará a fornecer o auxílio de assistência médica.

A empresa de entretenimento espera que a suspensão dos salários para quase metade de sua força de trabalho ajude a economizar até US$ 500 milhões por mês em seus parques temáticos e hotéis.

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A empresa já havia declarado que colocaria alguns funcionários dos EUA em licença não-remunerada a partir de 19 de abril e pediu que eles solicitassem auxílio financeiro federal de até US$ 600 disponível através do pacote de estímulo ao coronavírus de US$ 2 trilhões do governo. Apesar da suspensão, a empresa explicou que não haverá demissões nesse período de licença.

Todavia, na Flórida, em que mais de 70 mil pessoas trabalham nos parques da Disney, o pagamento para os desempregados durante a crise é de US$ 275 por semana, durante 12 semanas – um dos menores auxílios estaduais do país, segundo o Financial Times.

Além disso, na Disneyland Paris, a Disney também interromperá o pagamento de salários para a maioria dos 17 mil funcionários, que serão colocados em um “esquema de atividade parcial”, no qual o governo cobrirá até 84% de seu salário líquido.

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A Disney havia fechado temporariamente seus parques temáticos e hotéis nos EUA e na Europa em meados de março, na tentativa de impedir a propagação do coronavírus. A empresa também interrompeu sua produção de TV e cinema, e atrasou o lançamento de filmes. Contudo, a Disney se comprometeu a pagar todos os benefícios a todos os funcionários.

Enquanto isso, a empresa está administrando os bônus executivos e os dividendos de US$ 1,5 bilhão com vencimento em julho para não deixar de fazer esses pagamentos.

A Disney já anunciou várias medidas para economizar seu dinheiro. A empresa disse recentemente que seu presidente e ex-diretor executivo Robert Iger concordou em renunciar a seu salário durante o ano, enquanto seu sucessor, CEO Bob Chapek, terá um corte de 50% na sua remuneração. Ainda, a empresa também reduziu o salário-base de boa parte dos funcionários de nível executivo.

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André Kim, sócio da GeoCapital, afirma que dentre os quatro segmentos da Disney, o de parques temáticos, experiência e produtos de consumo será o mais afetado. “Especialmente os parques temáticos serão muito afetados porque têm grandes custos fixos, é mais difícil de administrá-los na crise porque não são adaptáveis, como propaganda, por exemplo. Com as unidades fechadas, a empresa não tem receita”, afirma.

Em 2019, segundo Kim, a receita desse segmento representou 38% da receita total da empresa. “Mas nos próximos dois anos será de 30%. E não vemos recuperação desse setor para patamares pré-crise por pelo menos cinco anos. Outros segmentos conseguem postergar o lucro que perderam neste ano, mas os parques não”, diz.

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Giovanna Sutto

Jornalista com mais de 6 anos de experiência na cobertura de finanças pessoais, meios de pagamentos, economia e carreira. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.