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GENEBRA, Suíça, 21 Jan (Reuters) – O desemprego global vai ultrapassar a marca de 200 milhões de pessoas neste ano, afirmou a Organização Internacional do Trabalho (OIT) em seu relatório anual nesta terça-feira, repetindo um alerta que tem feito no início de cada um dos últimos seis anos.
A agência da Organização das Nações Unidas (ONU) estima que o desemprego vai subir 5,1 milhões neste ano, para mais de 202 milhões de pessoas, e mais 3 milhões em 2014, após um aumento de 4,2 milhões em 2012.
Se essas previsões estiverem certas, o desemprego global atingirá um recorde. Mas a OIT revisou para baixo seus números de desempregados a cada ano, já que cresceu o número de pessoas que desistiram de buscar um trabalho, o que significa que já não são classificadas como desempregadas.
Uma análise da Reuters de relatórios anteriores da OIT mostrou que as estimativas de desemprego feitas em cada um dos últimos seis anos foram posteriormente reduzidas. O índice original de desempregados em 2007 de 189,9 milhões está agora em 168 milhões, queda de 11 por cento.
Números de 2008 a 2010 também caíram em 10 a 15 milhões em relação às estimativas originais.
A maior parte da queda é devido às pessoas que desistiram de procurar emprego, disse o diretor de análise do mercado de trabalho da OIT, José Manuel Salazar-Xirinachs.
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“São pessoas que, por causa da gravidade da crise, por causa do desemprego de longa duração, desistiram da esperança, decidiram não procurar mais emprego, e, portanto, não são contadas como desempregadas, mas como desanimadas”, disse.
Os números revisados da OIT significam que o desemprego global aumentou em 28 milhões desde 2007, antes do início da crise financeira, disse o diretor-geral Guy Ryder.
Com mais 39 milhões de pessoas “desanimadas” retiradas do mercado de trabalho no mesmo período, a crise poderá ser apontada como responsável por criar uma lacuna global de empregos de 67 milhões, ele disse.
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Porém, apesar do número maior de pessoas que desistiram de procurar emprego, o mais recente relatório da OIT não revisou os números apresentados há um ano sobre o número total de pessoas no mercado de trabalho.
A chamada “taxa de participação da força de trabalho”, que mede a proporção da população em idade ativa que está trabalhando ou procurando trabalho, deve ter ficado estável em 64,1 por cento nos últimos três anos, não mostrando sinal de encolhimento da força de trabalho.
O dado ficou acima dos 65 por cento até 2007, mas caiu em cada um dos três anos seguintes.
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(Reportagem de Tom Miles)