Com uma maior disseminação de informações de qualidade e as taxas de juros em níveis historicamente baixos até o meio do ano passado, investidores pessoa física tomaram conta da B3, aumentando em 741,8%, para 4,209 milhões CPFs ativos, a sua participação na bolsa brasileira desde 2015 até o final de 2021.
Mas, apesar da recente consolidação do mercado de capitais nacional, as condições macroeconômicas do país e do mundo mudaram desde então. A liquidez injetada nas economias, o salto nos preços dos combustíveis e os gargalos nas cadeias produtivas são alguns dos fatores que ajudaram o desenvolvimento de um quadro inflacionário global, que impactará os negócios em 2022.
Não por acaso, investidores acompanham de perto e projetam como se dará o aperto monetário, ou ciclo de aumento nos juros, encabeçado pelo Federal Reserve (Fed), o Banco Central americano. Alguns bancos americanos opinam, inclusive, que a autarquia pode realizar até sete ajustes na taxa básica de juros local.
E o que isso quer dizer? Com juros mais elevados, a renda fixa fica mais atrativa e, ao mesmo tempo, empresas que têm o seu lucro projetado para um futuro mais distante tendem a perder espaço para teses mais consolidadas. Assim, o índice mais importante do setor, o Nasdaq, caiu cerca de 9% em janeiro, enquanto o S&P 500, principal referencial de Nova York, cedeu 5%.
No Brasil, desafiando a história recente, o Ibovespa fez o caminho contrário e subiu mais de 7% no primeiro mês do ano, com investidores buscando principalmente ações ligadas às commodities e aos bancos para tentar garantir seus retornos. Até aí, tudo certo, né? O grande problema é que o investidor brasileiro pouco aproveitou essa recuperação parcial dos ativos locais.
Segundo dados da B3 do último dia 27 de janeiro, os investidores estrangeiros já aportaram R$ 28,14 bilhões em recursos no segmento secundário da B3 em 2022, enquanto os institucionais locais têm saldo negativo de R$ 24,56 bilhões e as pessoas físicas têm déficit de R$ 6,34 bilhões no período. Ou seja, é o fluxo estrangeiro que está sustentando a melhora dos ativos de risco.
E dá para ir além na análise. Os gestores locais estão sofrendo com resgates nos seus fundos, o que os obriga a vender parte do seu portfólio a contragosto para pagar seus clientes; e os investidores individuais estão dando prioridade à renda fixa, o que não é um problema por si só, mas diminui sensivelmente suas margens de lucro.
A partir disso, uma importante discussão volta a ganhar força: há pouquíssimos profissionais preparados e certificados para ajudar essa leva de investidores novatos a aplicar melhor seus recursos e encontrar soluções rentáveis em mercados de alta, conhecidos como “bull market”, ou de baixa, apelidados de “bear market”.
Segundo dados de janeiro de 2022 da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), por exemplo, o Brasil tem apenas 1.161 analistas de ações credenciados para exercer a atividade de analista de valores mobiliários. Enquanto isso, os EUA têm mais de 200 mil.
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Certificação
Apesar da porta de entrada estar escancarada, entrar na bolsa não garante, a priori, nenhum retorno ao investidor. Pelo contrário, é preciso conhecer os mecanismos e comportamentos do mercado para identificar bons ativos e, a partir daí, almejar retornos constantes.
Ou seja, é natural que o ambiente sofra com as dores de crescimento e parte dos investidores até desistam no caminho. Então, para aqueles que pretendem ter o mercado financeiro como fonte principal de renda e, quem sabe, até ajudar outras pessoas a alocar seu capital, o momento é de focar na sua capacitação.
A Instrução CVM 483/2010 dispõe sobre o tema e diz que o credenciamento de analistas de valores mobiliários é obrigatório e feito por entidades autorizadas pela Comissão para pessoas com curso superior completo em qualquer área de conhecimento.
Além do CPNI e do certificado de AAI oferecido pela ANCORD, há outros como CFA (Chartered Financial Analyst), CFP (Certified Financial Planner) e CGA (Certificação de Gestores ANBIMA), que, apesar de não serem obrigatórios, podem ajudar a mudar o currículo de um investidor experiente de patamar.
Remuneração
Essa escassez de mão de obra poderia indicar, à primeira vista, que a remuneração da profissão não é atraente, certo? Errado. Segundo o guia salarial de 2021 da consultoria de recursos humanos Robert Half, o salário inicial para analistas de ações gira em torno de R$ 11 mil. Para profissionais mais experientes, esse valor pode chegar a R$ 27,7 mil.
E, como muitas das coisas que ocorrem no mercado são fenômenos novos, que ainda nem estão documentados em livros, há sempre espaço para crescer e transformar informação em dinheiro, desde que você tenha apetite para isso. Aquele profissional que gosta de estar num ambiente de constante aprendizado tem tudo para se destacar na área e se manter relevante durante muito tempo.
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