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O que fazer (e evitar) em currículos para vagas de trabalho no mercado financeiro?

Siga passo a passo para não ser ignorado pelos recrutadores, que gastam em média de 10 a 15 segundos para descartar ou separar um CV

Martha Alves

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Os recrutadores gastam, em média, de 10 a 15 segundos para descartar ou separar um currículo para a próxima fase da seleção, segundo especialistas em recrutamento e estratégia de carreira ouvidos pelo InfoMoney.

Os currículos que captam a atenção dos selecionadores são aqueles em que os candidatos conseguem destacar:

No mercado financeiro, um currículo para ser atraente deve conter informações sobre as principais certificações e as três últimas experiências profissionais em ordem cronológica, destacando os principais resultados com percentuais. “Um currículo com mais de duas páginas não é eficiente para a leitura do recrutador e a relevância da experiência não sobrepõe o poder de síntese”, afirma Rafael Almeida, gerente de parcerias estratégicas da Robert Half.

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Patrícia Suzuki, diretora de recursos humanos do Catho, diz que o candidato tem que saber se vender em duas páginas para conseguir chamar a atenção do recrutador. No caso dos profissionais mais experientes, ela aconselha a fazer um breve resumo das últimas empresas que trabalhou, cargos que ocupou e o que foi feito de mais relevante naquela posição. “O que faz o currículo ser atrativo é eu bater o olho e ver ali as experiências no cargo de forma concisa e com os resultados”, explica Suzuki.

Primeiro emprego

Para quem está buscando o primeiro emprego no mercado financeiro, a dica dos especialistas é colocar em evidência a formação, os cursos realizados e certificações adquiridas. Neste caso, Rebeca Toyama, mentora e coach em estratégia de carreira, recomenda que o candidato inclua a data de previsão de conclusão da certificação. O gerente de parcerias estratégicas da Robert Half aconselha ainda incluir uma experiência prévia que tenha correlação com o mercado financeiro, como ter trabalhado na área comercial atendendo clientes.

O profissional deve ainda incluir no currículo os soft skills, mas não em forma de tópicos. O ideal é destacar sempre que possível em todo o currículo demonstrando os resultados quantitativos que entregou nos empregos anteriores, tanto no currículo como nas entrevistas.

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Segundo Toyama, as pessoas ainda têm muita dificuldade de falar de si para o recrutador porque estão acostumadas a olhar as lacunas de competência. “Elas perdem a oportunidade de olhar no que são boas. Eu falo para os meus clientes ajudarem os recrutadores a entenderem como eles são incríveis”, diz Toyama.

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Não minta!

Os especialistas também são unânimes em afirmar que um candidato nunca deve mentir no currículo sobre a fluência em um idioma, formação acadêmica ou experiência profissional porque isso pode comprometer a probabilidade de conquistar uma vaga.

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Por exemplo: quando o candidato for incluir a informação sobre idiomas deve ser o nível real de fluência. Almeida afirma que essa informação é levada em consideração na seleção porque a pessoa pode não ter prática em conversação, mas se tiver nível intermediário poderá ler estudos do mercado financeiro que são em inglês.

Suzuki acrescenta que no tópico de idiomas o candidato deve aproveitar para informar se fez intercâmbio fora do país, mesmo que não tenha fluência no idioma, porque isso envolve um aspecto cultural que amplia o repertório do candidato e chama a atenção do selecionador. “O inglês é uma competência crítica, muito relevante para finanças, para todas as interlocuções e no preparo de relatórios geralmente para acionistas”, diz Suzuki.

Outro aspecto não menos importante no currículo é o layout que não pode ocupar o espaço das informações importantes sobre o candidato. Suzuki diz que ele deve ter formato simples, atraente e o tamanho da letra não pode ser muito pequeno porque o recrutador se debruça por horas analisando inúmeros currículos. “O ideal é utilizar letra tamanho 12 e evitar designers extravagantes que não criam boa experiência de leitura.”

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Toyama alerta que o candidato não deve mandar o mesmo currículo para todas as empresas como se fosse uma mala direta porque dificilmente será chamado para uma entrevista. A coach de carreira afirma que ele deve adaptar o currículo para a vaga para qual está se candidatando. “Se eu estou indo para o mercado financeiro, não preciso explicar sobre o banco [que trabalhei], mas as grandes responsabilidades que tive, como coordenação, liderança, tomada de decisões e os resultados que entreguei”, diz Toyama.

O envio do currículo por e-mail para a empresa que está recrutando é outro item que exige atenção. Ele deve ser enviado em formato PDF porque protege a informação do candidato e não corre o risco de desformatar quando o recrutador abrir ou tentar imprimir para analisar. “Ele nunca deve ser colado na mensagem do e-mail porque esse espaço na era digital tomou o lugar da carta de apresentação, que vai ajudar o recrutador a ficar interessado em ler”, diz Toyama.

Por outro lado, a coach avalia que, no futuro, é provável que os currículos caiam em desuso com as novas tecnologias e redes sociais profissionais. Hoje, não é incomum um profissional enviar um currículo e receber uma resposta do recrutador pedindo o link do LinkedIn ou entrar no site das empresas para preencher a ficha de aplicação para a vaga. “Não é que a pessoa não precise ter um currículo, pelo contrário: ela precisa ter as informações organizadas para preencher formulários.”

Como montar um currículo ideal?

Veja as dicas dos especialistas sobre como montar um currículo com as informações que não podem faltar para chamar a atenção dos recrutadores:

Dados pessoais

No início do currículo, o candidato deve colocar apenas o nome, a cidade, o número de telefone e o e-mail — o endereço caiu em desuso devido à lei de proteção de dados. “O candidato deve informar se mora em outro estado e está aplicando para uma vaga presencial ou remota porque essa informação é importante para o recrutador”, diz Suzuki.

O link do LinkedIn não é obrigatório, mas se decidir compartilhá-lo deve colocar as mesmas informações do currículo na rede social profissional. Os especialistas em recrutamento também recomendam que não se coloque a idade e a foto porque os processos seletivos costumam ser às cegas e baseados nas competências da pessoa.

Objetivo

O profissional não pode ser genérico no objetivo e especificar o cargo que deseja ocupar na empresa. Evite colocar mais de um objetivo para não confundir o recrutador.

Resumo qualificações

Um resumo de qualificações bem feito pode aumentar as chances de evoluir para a próxima etapa da seleção. Suzuki recomenda um resumo rápido e atraente com as áreas em que atuou, principais habilidades, formação, certificações e dados quantificáveis.

Experiência profissional

A experiência profissional deve aparecer logo abaixo do resumo das qualificações com os empregos listados em ordem cronológica, do mais recente para o mais antigo, destacando habilidades e responsabilidades. Quem tem mais de 20 anos de experiência, deve suprimir experiências que não são relevantes para a vaga.

Formação Acadêmica

Neste tópico do currículo, o profissional precisa destacar os cursos e principalmente as certificações que tirou porque isso mostra o desenvolvimento profissional. Ele deve colocar data, local, duração e validade da certificação.

Cursos complementares

Devem ser listados em tópicos somente aqueles que fazem sentido para a vaga que o profissional está se candidatando.

Idiomas

É importante colocar no currículo os idiomas, o nível de proficiência e se tem alguma experiência relevante, como ter feito intercâmbio no exterior — mesmo que o nível de fluência seja intermediário.

Erros mais comuns nos currículos

Martha Alves

Jornalista e Mestre em Comunicação. Foi repórter nos jornais Folha de S. Paulo e Agora São Paulo e acumula experiência em comunicação corporativa