Califórnia cria mais empregos no ramo de tecnologia limpa e recompensa investidores

As 26 empresas da Califórnia que compõem o Clean Energy Index somaram novos funcionários a uma taxa média anual de 9,5 por cento nos últimos dois anos

Bloomberg

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A aposta da Califórnia em energia verde está compensando. As empresas de tecnologia limpa estão criando mais empregos e investindo mais dinheiro que suas concorrentes de todos os demais estados americanos.

O governador Jerry Brown está distanciando o maior estado do país norte-americano dos combustíveis fósseis, política que recompensa também os investidores. As ações das empresas da Califórnia no NYSE Bloomberg Americas Clean Energy Index darão um salto de 96 por cento nos próximos 12 meses, contra uma projeção de 47 por cento entre todos os membros americanos, segundo dados compilados pela Bloomberg.

A Califórnia, que está prestes a se tornar a sétima maior economia do mundo, está marcando o ritmo da política energética dos EUA. Brown anunciou recentemente as metas mais elevadas do país para energias renováveis e os objetivos mais ambiciosos para os veículos elétricos. O governador democrata disse que a indústria tecnológica está respondendo ao seu desafio.

“As políticas de energia da Califórnia são uma estrada para a real inovação que impulsionará o investimento e o desenvolvimento dos negócios na Califórnia e em todo o restante do país”, disse Brown em entrevista no dia 15 de janeiro em seu escritório em Oakland.

A Califórnia tem pouco acesso a oleodutos e suas reservas de petróleo bruto estão se esgotando. A combinação de sua cultura científica de mudança climática e a rejeição aos combustíveis que contêm carbono resultou em uma próspera indústria de tecnologias limpas.

As 26 empresas da Califórnia que compõem o Clean Energy Index, incluindo a fabricante de carros elétricos Tesla Motors Inc., de Elon Musk, e a gigante dos painéis solares SolarCity Corp. somaram novos funcionários a uma taxa média anual de 9,5 por cento nos últimos dois anos. É mais de quatro vezes os 2,3 por cento das 115 empresas com sede nos EUA do índice.

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Pesquisa e desenvolvimento
As empresas da Califórnia investiram uma média de US$ 141 milhões em pesquisa e desenvolvimento nos últimos 12 meses, ou 26 por cento de suas vendas, contra uma média de US$ 85 milhões, ou 10 por cento das vendas, do índice como um todo. A tecnologia limpa compreende energia eólica e solar, conservação e eficiência energética, estocagem de energia e veículos elétricos.

A indústria de energia avançada do estado tem mais de 431.000 trabalhadores, maior total no país, segundo um relatório de dezembro da Advanced Energy Economy, uma associação do setor.

Brown, 76, foi empossado no mês passado para um inédito quarto mandato. Desde que se tornou governador pela primeira vez, em 1975, ele tem sido um defensor das políticas de energia limpa. A partir dos anos 1970, ele ajudou a reescrever regulamentações para recompensar empresas de eletricidade por economizar energia e estabeleceu que um terço da eletricidade do estado viesse de fontes renováveis. Ele fez um chamado para que 1,5 milhão de carros com emissão zero estejam nas ruas do estado na próxima década.

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Desde 2006, os investidores colocaram mais de US$ 27 bilhões em capital de risco e em outros financiamentos em empresas de tecnologia limpa da Califórnia, segundo um relatório de 2014 do Next 10, um grupo de defesa de políticas públicas.

“Estamos provando que podemos ir longe e atingir metas muito progressivas de mudança climática descarbonizando a economia e, ao mesmo tempo, fazendo-a crescer”, disse o presidente pro tempore do Senado da Califórnia, Kevin De Leon, um democrata.

Em seu discurso de posse, no dia 5 de janeiro, Brown disse que quer reduzir o uso de petróleo em carros e caminhões pela metade e obter 50 por cento da eletricidade do estado por meio de fontes renováveis até 2030.

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“Nós queremos mostrar que a descarbonização é consistente com a abundância econômica e com a estabilidade financeira”, disse Brown. “Eu trabalho com base na suposição de que a Califórnia não estará sozinha, que cada vez mais outros países se unirão ao que estamos fazendo, e eu acho que nós damos um exemplo de como lidar com a mudança climática, descarbonizando e ao mesmo tempo promovendo um crescimento econômico dinâmico”.