Assessor de investimentos é a “carreira do futuro” e pode pagar R$ 18 mil por mês; conheça a profissão

O segmento de investimentos e private banking é um dos mais promissores do mercado financeiro; entenda como trabalhar nele

Giovanna Sutto

SÃO PAULO – O mercado de trabalho apresenta sinais de recuperação e o tom é otimista para 2019. Entre as profissões que estão em alta neste ano, o assessor de investimentos se destaca no Brasil. Com flexibilidade e oportunidade de empreender, a profissão tem média de renda mensal entre R$ 15 mil e R$ 18 mil após 12 meses de trabalho.

No programa Carreiras do Mercado, o convidado foi Eduardo Akira, assessor da Vero Investimentos. “A função do assessor é auxiliar os clientes e investir melhor os seus recursos. Temos um trabalho próximo do cliente para entender os objetivos, necessidade de liquidez, horizonte de investimentos e após enquadrá-lo em um perfil de investidor, sugerimos um portfólio”, explica Akira.

Como me tornar um assessor

Para começar a exercer a profissão, não é necessário uma formação específica nas áreas de administração, economia ou engenharia – mas estes são os cursos superiores mais comuns de um assessor.

Akira explica que é preciso estudar o mercado, os produtos de investimentos e entender o que você está oferecendo. Na prática, o objetivo é buscar carteiras que remunerem melhor o capital, mantendo um nível de risco aceitável.

Em parceria com o Ibmec, uma das referências do país na área de educação executiva, o InfoMoney oferece um inédito MBA em investimentos e private banking, ideal para quem deseja trabalhar no segmento mais promissor do mercado financeiro.

Além disso, é obrigatório obter a Certificação de Agente Autônomo de Investimentos (AAI) da Ancord aplicada pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Aprovado na prova, você pode começar a trabalhar como assessor.

“A prova é bastante abrangente, aborda a regulação de AAI, lavagem de dinheiro, diferentes produtos que trabalhamos, como renda, fixa, ações, fundos de investimentos, derivativos, entre outros”, explica o assessor.

Embora a parte técnica seja, naturalmente, importante, ele explica que o crucial é ter habilidades comerciais. “A gente ajuda as pessoas a investir melhor. É preciso ter empatia, falar bem, ser comunicativo. Afinal, no fim das contas a gente fala com o cliente sobre tudo, não só sobre investimentos, mas vida pessoal, amenidades. Habilidades interpessoais são necessárias”, resume.

Com aprovação em mãos, o primeiro passo é buscar uma corretora que já tem uma lista de escritórios filiados. Depois disso, o assessor assina um contrato e passa a trabalhar para o escritório.

“É uma profissão independente. A regulação exige que não podemos ter profissionais que não sejam AAI dentro do quadro de pessoas. Todo mundo deve ser certificado. E ao começar a trabalhar em um escritório o profissional vira sócio”, diz.

A remuneração é variável. “No final, você é um empreendedor, tem sua própria carteira de clientes, e a partir dela será remunerado. Você aumenta sua carteira, aumenta sua renda. A profissão é 100% meritocrática, porque depende 100% do assessor”, explica.

Graças a isso, nem tudo são flores. O começo realmente é mais difícil – ainda mais para os profissionais que trocam a profissão com um salário garantido para empreender como assessor. Pode ser difícil se acostumar.

“Se você coloca toda a energia na captação, isso vai voltar para você em forma de aumento de renda. Essa transição do carreirista para o empreendedor pode ser um desafio. Mas no longo prazo você depende única e exclusivamente da sua carteira”, argumenta.

Akira estima que, depois de um ano de carreira, assessores de investimento bem-sucedidos conseguem uma remuneração mensal entre R$ 15 e 18 mil.

Profissão do futuro

“É a profissão do futuro e aposto tudo nisso. Eu estou surfando a onda. O Brasil que a gente vai viver nos próximos anos, vai precisar buscar sofisticação em seus investimentos para ser remunerado melhor e aí entra a profissão. Estou no lugar certo, na hora certa”, acredita Akira.

Ele lembra que o Brasil viveu por muito tempo com taxas de juros muito altas, fase em que os investidores não precisavam ficar muito preocupados onde investiam. “Mas isso vem mudando bastante. O ciclo de corte na taxa de juros fez com que ela chegasse a 5% ao ano, que é próximo de 3,5% a taxa de juros real e isso fez com que o investidor buscasse novas opções que remunerassem bem seu capital”, explica.

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Giovanna Sutto

Jornalista com mais de 6 anos de experiência na cobertura de finanças pessoais, meios de pagamentos, economia e carreira. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.